O TRABALHADOR DO ONIBUS
O trabalhador que entrou no ônibus para vender seus produtos (dois outros já tinham entrado e eu havia comprado um desses adaptadores de pen driver em celular) disse durante sua apresentação( eles tem uma fala de apresentação depois de nos cumprimentaram):" Não menosprezem minha presença nesse veículo..." Talvez dirigindo-se indiretamente a quem não parou de escrever mensagem no celular para ouvi-lo - e, infelizmente eu era uma dessas pessoas-quando ele está ali ralando num sobe e desce de veículos. E lançou-me um olhar de reprovação quando eu rapidamente coloquei o Cel na bolsa e olhei para ele. O que ele vendia era chiclete e eu não consumo esse produto; além do mais ele é um trabalhador e não um mendigo a quem eu devesse dar qualquer trocado sem ficar com o produto.
Não é novo esse fenomeno do que eu, em poema de 2008, chamei de "Mendigos Disfarçados ".
Justamente por não ser novo e não haver nenhuma perspectiva de que eles não precisem se sujeitar a essa forma ,até certo ponto, humilhante ,de ganhar o pão de cada dia ( ate porque deve ser, literalmente,para o pão) é que devemos,sim ,lhes dar atenção da mesma forma que os que dirigem veículos devem dar atenção aos malabaristas , limpadores de parabrisas.e flanelinhas das vias públicas e sinais.
Não podemos comprar tudo o que oferecem mas podemos responder o cumprimento e ouvir sua história,nada nos custa e ainda nos sentiremos bem.
Quem é devoto,religioso, então, fica melhor porque vai estar bem com seu Deus , até porque,que eu saiba ele pede que amemos nosso próximo com a nós mesmo, estou errada,amigos e amigas devoto(a)s?
Ao próximo que entrou já me deixei toda atenciosa!E comprei pipoca( dessas dos saquinhos amarelos)!
Fiquei bem comigo mesma,que é o que importa!