50 ANOS... * Reminiscências.

1) Primeiramente agradeçamos a Deus, Causa Primaria de todas as coisas, a Jesus que é o modelo de perfeição e que continua exortando a humanidade a trilhar pelos caminhos dos valores eternos, onde o Amor Incondicional, aliada a prática da Caridade para construção de um mundo melhor, a Francisco de Assis, que empresta o seu nome a denominação de nosso Centro, aos Benfeitores do Plano Maior, cujo amparo e a ajuda permanente, permitiram que esta Casa atingisse os seus 50 anos*de profícuos trabalhos.

Quando a atual Diretória iniciou o seu mandato, o companheiro Napoleão Araujo, ficou desiguinado para fazer o histórico das comemorações dos 50 anos de fundação, desta Instituição, entretanto, inesperadamente o nosso querido irmão de Ideais Espíritas, retornou a Pátria Espiritual, deixando uma lacuna de difícil substituição, visto que atuava em várias frentes do Movimento Espírita...

Recordamos que há uma página do Evangelho Segundo o Espiritismo, que afirma: os que “partem”, retornam a Pátria Espiritual; são semelhantes a um prisioneiro que cumpriu sua sentença e é libertado, normalmente não aceitamos com naturalidade esta “passagem”, pois, preferiríamos que o nosso companheiro permanecesse um tempo maior conosco...

Em razão disto, temos certeza, que todos que já prestaram seus préstimos a esta Casa, e retornaram a nossa Pátria de Origem, nesta manhã, memorável de hoje, estão presentes entre nós, pois este é um dos grandes Postulados da Doutrina Espírita; a sobrevivência d´alma, após o “abandono” do casulo físico, e a possibilidade de se fazer presente nesta dimensão mais densa, pois no Universo, tudo é “matéria”, “sutis” ou mais “densas”...

No ano de 1953, algumas pessoas de Ideais Espíritas, se reuniram na residência do sr. Ewaldo Bokermann e sua esposa Esther Bokermann. Que se situava a Rua Camões, 1314, com firme propósito de estudar os Postulados do Espiritismo, e quem sabe, mais tarde num local apropriado fundar um Grupo de Estudos Espíritas. A as reuniões semanais ocupariam a garagem de sua residência...

Principalmente nas décadas de 40,50 e 60 houve inúmeras fundações de novos Centros Espíritas na cidade de Curitiba, e certamente em outras localidades.

Estas cinco pessoas: sr. Ewaldo Augusto Heinz Bokermann, sua esposa Esther Bokermann, (atualmente já desencarnada) sra. Edith Maria Baer, sr. Walter Baer e o sr. Irineu Pedro Bonatto, ( também de saudosa memória) se uniram para concretizar este ideal, na memorável noite de 25 de maio de 1954, às 20h00min ainda no modesto local, se processava a primeira Ata da Assembléia Geral que transcrevemos pelo seu valor histórico.

“Aos vinte e cinco dias do mês de maio do ano de mil, novecentos e cinqüenta e quatro, às 20h00min horas, em sua sede provisória instalada à Rua Camões, 1314, realizou-se a reunião de Fundação do Grupo de Estudos Espíritas “Francisco de Assis”. Os presentes escolheram de comum acordo o sr. Ewaldo Bokermann, para presidir os trabalhos, que então escolheu para secretariá-lo o sr. Irineu Pedro Bonatto. Tratou-se a seguir, da nomeação de uma comissão para o estudo e elaboração dos Estatutos Sociais, que ficou assim constituída: Presidente: Ewaldo Augusto HJeiz Bokermann, Secretário: Irineu Pedro Bonatto. Nada mais havendo a tratar deu-se por encerrada a sessão, da qual lavrei a presente ata, que vai assinada por mim e os demais presentes.

2) Curitiba, 24 de maio de 1954 Ewaldo Bokermann Presidente, Irineu Pedro Bonatto Secretário, Esther Bokermann, Edith Maira Baer e Walter Bauer.”

Achamos relevante transcrever alguns tópicos da segunda ata: Ata da assembléia Geral extraordinária realizada em 15 dezembro de 1954, aprovação dos Estatutos, eleição dos membros do Conselho Deliberativo. Assembléia, unanimente, escolheu, para presidi-la o sr. Ewaldo Bokermann e para secretariá-la o sr. Irineu Pedro Boantto. Lidos e discutidos foram os Estatutos unanimente aprovados e foram eleitos os membros do Conselho Deliberativo: Walter Baer, Esther Bokermann, Ewaldo Augusto Heinz Bokermann, Irineu Pedro Bonatto, Edith Maria Baer, José Santos Luduvico Zanier, Francisco Otto, Rosalino Alves de Souza e José Adroaldo Prestes Colmann. A seguir, os membros eleitos votaram para escolha do Presidente e Vice Presidente do Conselho Deliberativo, tendo sido eleitos, o sr. Walter Baer e sra. Esther Bokermann. Dando seqüência aos trabalhos, foram escolhidos pelos membros conselheiros o Presidente e o Vice Presidente da Diretoria, tendo sido eleitos os srs Ewaldo Bokermann, e José Santos.

Em 27 de julho de 1954 e em reunião da Diretoria, faz-se a nomeação de uma comissão de Obras e Patrimônio, onde foram nomeados: Ewaldo Bokermann, Irineu Pedro Boantto, Narciso Cordeiro, Esther Bokermann, Rosa Myrian Custódio e Carmem Krieger; indicação esta que depende da aprovação da Federação Espírita do Paraná.

Em ata de 28 de julho de 1954 é mencionado pela primeira vez, o nome de “Casa da Criança Francisco de Assis”, uma comissão foi à Federação Espírita do Paraná, realizar uma entrevista com o Dr. Genaro Menezes Póvoa, relator designado pelo Conselho Deliberativo da F.E.P. e este, por sua vez, com o Departamento Nacional da Criança, mantiveram conversação a respeito do ante-projeto da Casa da Criança Francisco de Assis.

Em ata de 26 de novembro de 1955 é deliberado a troca do nome de Grupo para Centro; bastando para tanto enviar à F.E.P. o nome dos membros e dos médiuns freqüentadores do grupo.

Sempre que possível, a Diretoria do Grupo Espírita Francisco de Assis, entravam em contato com os dirigentes da Federação Espírita do Paraná, que na época era seu digníssimo Presidente sr. João Ginhone. Após várias conversações, foram oferecidos aqueles abnegados irmãos pela Federação, três lotes que recebera como doação. Com muito esforço é construída uma sede de madeira, inaugurada em julho de 1957, abrigou as atividades desta Casa, até o inicio da década de 1990. Com o passar dos anos esta Casa agregou incontáveis colaboradores, que materialmente e também com o importante trabalho voluntário de inestimável valor; não poderia ter chegado aonde chegamos: núcleo de estudos do espiritismo, aliada prática assistencial, visando principalmente à criança, numa idade de muita carência, de dois a seis anos...

Na década seguinte, a fundação do Centro, canalizou todos os esforços para a construção da Casa da Criança Francisco de Assis, se concretizasse e este memorável evento que acabou realmente acontecendo em maio de 1965. O projeto inicial era em escala bem maior, foi necessário restringir estas aspirações, pois o mais importante era começar, pois a Caridade deve ser feita hoje e não pode esperar para amanhã e este começo, das atividades, se deve ao incansável trabalhador Dr. Napoleão Araujo.

Recordamos com saudades dos inúmeros mutirões, onde muitos colaboraram para que aos poucos a estrutura da Casa da Criança fosse adquirindo formas para ter as condições mínimas de servir aquilo que se predispunha: amparar a criança em sua 3 3) primeira infância, numa faze importante, aonde suas necessidades são de extrema carência.

Cinqüenta anos diante da eternidade representam breves momentos, entretanto, para nós criaturas de limitadas percepções espirituais significam muitas oportunidades de aprendizado...

Um Casa Espírita bem estruturada é um raio de luz a iluminar os caminhos, daqueles que chegam a ela carentes de ajuda; aos seus problemas existenciais, tentando explicar o porque da dor, dos sofrimentos, que inesperadamente batem a porta e na maioria das vezes não há preparação para isto, em 50 anos de atividade desta Casa, quantas palestras foram realizadas, enaltecendo o valor da Vida, que morrer é tão somente retornar a Dimensão Espiritual, e que a nossa atual encarnação com seus conflitos e incertezas, são na maioria das vezes atos do passado positivos ou negativos, que envolve a cada um numa “cobrança” constante para nos chamar a realidade: colhemos hoje a semeadura do ontem, como estamos semeando hoje para colher amanhã... Maio de 2004

*De momento estamos tendo mais tempo, achamos em meio de nossos papeis, encontramos este trabalho escrito em máquina de escrever, com algumas correções de nossa filha Nice-Hellene, pois a nossa inclusão digital somente viria a acontecer dois anos depois...

Depois disto, já se passaram, treze anos, por diversos motivos àquela Instituição que demos os nossos préstimos durante um pouco mais de quatro décadas, em 2008 nos afastamos, mas ficaram as imorredouras lembranças... A Casa da Criança Francisco de Assis, funcionou durante mais de cinco décadas, recentemente, fomos informados, que por diversos motivos encerrou suas atividades... O que não deixa de ser muito triste para nós, mas fazer o quê? Na vida nada dura para sempre. É a vida, com os seus inesperados nuances que temos que aceitar e conviver...

Curitiba, 16 de agosto de 2017 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 16/08/2017
Reeditado em 16/08/2017
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