Nesta terra de primores, lembrei de um óleo de 1975 chamado Primor. Quem dera o tempo voltasse e fosse mais para atrás ainda, lá na fábrica de azeite Fanadol, no bairro do Portão. Velha Curitiba de antanho, com suas carroças voadoras. Ir e vir pela avenida Kennedy, antiga Avenida Guaíra, pegar ônibus lotado, bolsa a tiracolo sem assaltantes à espreita, caminhar ao vento, cabelos soltos, relógio bom no pulso. Descer e caminhar mais de um kilometro para chegar em casa, na boca da noite, faminta, ávida da comida cheirosa preparada pela mãe, trazer o salário na carteira e dividir com os irmãos para pagar o aluguel, ainda bem que a faculdade era pública! Aqui não cabe poesia, só palavras que a destempo escorregam da memória. Ir e vir pelas ruas, sem preocupação de ser assaltada, passadas livres, o cansaço é muito grande hoje, cada palavra pesa o mundo e custa levitar a alma apenada...
Nesta terra de primores, lembrei de um óleo de 1975 chamado Primor. Quem dera o tempo voltasse e fosse mais para atrás ainda, lá na fábrica de azeite Fanadol, no bairro do Portão. Velha Curitiba de antanho, com suas carroças voadoras. Ir e vir pela avenida Kennedy, antiga Avenida Guaíra, pegar ônibus lotado, bolsa a tiracolo sem assaltantes à espreita, caminhar ao vento, cabelos soltos, relógio bom no pulso. Descer e caminhar mais de um kilometro para chegar em casa, na boca da noite, faminta, ávida da comida cheirosa preparada pela mãe, trazer o salário na carteira e dividir com os irmãos para pagar o aluguel, ainda bem que a faculdade era pública! Aqui não cabe poesia, só palavras que a destempo escorregam da memória. Ir e vir pelas ruas, sem preocupação de ser assaltada, passadas livres, o cansaço é muito grande hoje, cada palavra pesa o mundo e custa levitar a alma apenada...