Estrelas vazias
A fictícia Stars Hollow, assim como Abcoude (a cidadezinha - real - mais charmosa que conheci), são cidades que escaparam de um sonho e estão perdidas por aí.
Ambas são o que são, como a recordação de algo que aos poucos se perdeu e permaneceu apenas um vago sentimento daqueles impossíveis de explicar porque tentar explicá-lo seria reduzi-lo à obviedade o que naturalmente nada acrescentaria; são cidades, reais a seu modo, por si.
Num tour pela Europa neste Julho de 2017 - Paris, de relance Bruxelas, Amsterdã e, claro, Abcoude - além dos meus grandes amores, razão de ir de voltar, nesta viagem levei na bagagem, “A teoria de tudo” (Travelling to infinity) de Jane Hawking.
Temos coisas em comum, eu e Stephen. Somos ambos sonhadores, evidente que em diferentes dimensões; enquanto ele sonha o Universo eu universalizo meus sonhos. A nos unir uma tênue similaridade - o irrefreável, improvável dom de transformar espaços em luz, de preencher os vazios da alma como algo que passa e “deixa atrás de si um rastro, uma impressão” um devir que nunca mais.