UMA MISSA DIFERENTE
Fu i assistir a uma missa de sétimo dia numa bonita igreja, em Ipanema. Até aí tudo certo. O que não combinava com a igreja era um galinheiro situado exatamente no quintal ao lado.
O padre chegou, o órgão começou a tocar e os galos, talvez incentivados pela música, começaram a cantar, cada vez mais alto. Não contentes em se fazerem ouvir uma vez, cantaram todo o repertório e só se calaram quando a missa acabou.
Uma criança, parente da pessoa para a qual estava sendo celebrada a missa, começou a interferir com suas perguntas.
Mamãe, onde está o galo?
Por que ele está cantando?
Ele não vem na missa?
Ele é casado com uma galinha?
Ele tem filhinhos?
A mãe, sem saber como calar a criança, foi obrigada a se retirar.
Não importa, onde quer que ela fosse, o sentimento de tristeza a acompanharia.
Todos sabemos que estamos nesse planeta apenas de passagem. Alguns para aprender; outros para ensinar. Todos temos uma missão, mas parece que nos esquecemos que a vida é passageira e, quando vemos um ente querido partir, não podemos conter as lágrimas. Eu choro só de ver alguém chorar. Mas acho que, nessa hora, a única coisa que podemos fazer é nos irmanar na dor.