O Retorno
O RETORNO
Por Luiz A G Rodas
Diante da, antes vigorosa, agora inerte matéria de alguém que cumpriu sua missão terrena, muitas vezes, entre lágrimas, me ponho a pensar sobre o nosso retorno à pátria espiritual.
Inevitavelmente, me surgem alguns questionamentos. Com que bagagem chegaremos ao nosso destino? Leve, apenas de mão ou pesada, excessivamente pesada?
Nos nossos primeiros e inocentes anos, nossa bagagem é bem leve. Iniciamos a caminhada com o estritamente necessário ao aprimoramento do espírito.
Nunca pesaram, nas nossas costas, a sincera amizade, o puro amor, a caridade discreta, a compreensão sem limites, a honestidade pública e o equilíbrio a toda hora.
Os espinhos, as pedras e as irregularidades da estrada, podemos comparar aos nossos equívocos, aos nossos aborrecimentos, às preocupações multiplicadas.
Na trajetória terrena, nem sempre é fácil nos livrarmos das indesejadas companhias da tristeza, do pessimismo, do sofrimento.
Busquemos atalhos, trilhas alternativas que, embora estreitas e sinuosas, têm, nas suas margens, a alegria, a paciência e as boas lembranças.
Eliminemos os estados negativos da mente evitando a intoxicação pela mágoa.
A paz não poderá faltar. Se necessário, devemos retornar através do perdão, das reparações indispensáveis dos nossos estragos.
A luz do amor fraterno ilumina nosso trajeto. Os pensamentos positivos alargam nosso caminho. A oração alimenta e sacia o espírito.
A esperança, mensageira de Deus, é a inseparável companheira nossa a serviço do bem. É ela que impulsiona nossos passos vascilantes.
A fé encoraja o cambaleante andarilho a prosseguir entre quedas e conquistas, entre erros e vitórias.
Concluímos que, com bagagem leve ou não, iremos nos apresentar Àquele que detem nosso histórico. Estudou nosso currículo.