Despeço-me da mulher que fui
Despeço-me da mulher que já fui. Dessa moça que construí e levei no colo até ontem ou anteontem. E com ela despeço-me de todas as minhas meninas, de todas os sentimentos infundados de um dia ser melhor. E para que exatamente? Vem comigo que lhe explico no caminho. Despeço com aquele abraço caloroso, apertado e demorado que aperta, com aquela vontade que diz – fica um pouco mais – pedindo e também respondendo.
Digo adeus as minhas inseguranças, de meus medos que me consumiam, nem me fortaleciam e assim nada me acrescentavam. Enfrento de frente o que vem daqui pra frente. Afasto cautelosamente o que estão as margens. Deixo para depois o que não é lembrança, nem aprendizado, só aquele sentimento de culpa, quase que tão lindas quanto as pétalas jogas sobres os noivos.
Acredito ter casado com a minha culpa. Depois dei a luz as minhas mais belas inseguranças e ninei minhas mais sombrias vergonhas, minhas filhinhas menores, até que estarem mocinhas para aqui começarem a me carregar. Tudo minha, todas somente minhas, bem, tudo de mim, tudo fruto de meu casamento.
Despeço-me de todos os dias de magoas, e espero a memória passar por cada detalhe para então recicla-las de minha memória. Vão aso poucos morrendo, uma a uma. Abrindo espaço para novas sementes serem plantadas porém, espero colher outros sentimentos. Sem estardalhaço, os detalhes vão se apagando e espaços novos vão surgindo lentamente.
Despeço-me da mulher que já fui todas as manhãs, engolindo-a junto com o chá forte e logo demasiadamente doce. Despeço-me dela e vou deletando algumas histórias, minhas velhas manias. De fato, foram minhas ou quem sabe foi de alguém que me deu?
Vou apagando também aquelas grandes notas, grandes melodias, permitindo que cheguem somente a três ou quatro notas que abrem um elevador, que ligam os smartphones, que sempre tornam-se sempre as mesmas, mas igualmente jamais são iguais porque despedem-se de si segundo por segundo, rapidamente, são quase imperceptíveis.
A essa mulher despeço-me calorosamente, mas com aquele tapinha nas costas, como se dizendo, foi bom vê-la porém, deves partir. Dessa mulher, os detalhes inseguros e temores, aqui não mais estão, existe novos espaços, novos recomeços e novos sentimentos. Por isso, destinatário não foi encontrado, favor devolver ao remetente.
Despeço-me da mulher que já fui. Dessa moça que construí e levei no colo até ontem ou anteontem. E com ela despeço-me de todas as minhas meninas, de todas os sentimentos infundados de um dia ser melhor. E para que exatamente? Vem comigo que lhe explico no caminho. Despeço com aquele abraço caloroso, apertado e demorado que aperta, com aquela vontade que diz – fica um pouco mais – pedindo e também respondendo.
Digo adeus as minhas inseguranças, de meus medos que me consumiam, nem me fortaleciam e assim nada me acrescentavam. Enfrento de frente o que vem daqui pra frente. Afasto cautelosamente o que estão as margens. Deixo para depois o que não é lembrança, nem aprendizado, só aquele sentimento de culpa, quase que tão lindas quanto as pétalas jogas sobres os noivos.
Acredito ter casado com a minha culpa. Depois dei a luz as minhas mais belas inseguranças e ninei minhas mais sombrias vergonhas, minhas filhinhas menores, até que estarem mocinhas para aqui começarem a me carregar. Tudo minha, todas somente minhas, bem, tudo de mim, tudo fruto de meu casamento.
Despeço-me de todos os dias de magoas, e espero a memória passar por cada detalhe para então recicla-las de minha memória. Vão aso poucos morrendo, uma a uma. Abrindo espaço para novas sementes serem plantadas porém, espero colher outros sentimentos. Sem estardalhaço, os detalhes vão se apagando e espaços novos vão surgindo lentamente.
Despeço-me da mulher que já fui todas as manhãs, engolindo-a junto com o chá forte e logo demasiadamente doce. Despeço-me dela e vou deletando algumas histórias, minhas velhas manias. De fato, foram minhas ou quem sabe foi de alguém que me deu?
Vou apagando também aquelas grandes notas, grandes melodias, permitindo que cheguem somente a três ou quatro notas que abrem um elevador, que ligam os smartphones, que sempre tornam-se sempre as mesmas, mas igualmente jamais são iguais porque despedem-se de si segundo por segundo, rapidamente, são quase imperceptíveis.
A essa mulher despeço-me calorosamente, mas com aquele tapinha nas costas, como se dizendo, foi bom vê-la porém, deves partir. Dessa mulher, os detalhes inseguros e temores, aqui não mais estão, existe novos espaços, novos recomeços e novos sentimentos. Por isso, destinatário não foi encontrado, favor devolver ao remetente.