Entre a Casa é Sua!
Alguém disse uma vez que os olhos são as janelas da alma, então concluo que minha boca é a porta e meu beijo, esse é a chave...
Antes de entrar peço-lhe um favor, que olhe a bagunça, pense e reflita antes de entrar. A casa é pequena, mas acumulou muita coisa, tanta coisa guardada. Os cômodos do quarto principal, meu coração, estão transbordando, abarrotados de tentativas, repleto de receios, e tem diversos arquivos intermináveis de minhas mais vulneráveis expectativas.
Agora responda com sinceridade: Tem certeza que desejas entrar? Se for positiva a resposta, peço que entre com calma. Na sala do meu coração encontrará dispostos centenas de filmes, que me fizeram provar de diversos sentimentos desde do choro até o riso – no carinho de outros braços. Músicas embalaram intensos momentos, altos e baixos – com outros amores. Milhares de fotos de viagens, de encontros, de festas e muitos momentos bons, desejáveis e agora são somente momentos distantes.
Na cozinha você deslumbrará o cheiro de muitos jantares. Temperos que eu amava e hoje já não suporto mais. Velas apagadas pelo tempo. Talheres que alimentaram outras bocas e taças que embriagaram outros corpos. Flores que decoram muito a mesa, e que hoje nem sentimento há nelas, secas estão.
O banheiro exala perfumes, loções, sabonetes e muitos prazeres – quanto de decepções. Fios de cabelos distintos que entopem o ralo do esgoto, enquanto escovas de dentes diversas ocupam o chão. A água do meu chuveiro já lavou suores e o espelho da pia refletiu muitos dias, muitas marcas de batom com mensagens ainda estampadas, dias melhores que já refletiu...
O quarto é o local mais bagunçado da casa, guarda tantas lembranças boas – quanto amores dilacerados. Nele você encontrará todo o prazer que dei e recebi. Todas as milhares de milhares de lágrimas que derramei e todas as alegrias que senti. Noites especiais que fui feliz, e outras que desejei dormir e desfrutei de cada segundo da noite. Livros espalhados pela cabeceira. Roupas por todo os lados.
Agora preciso que me diga: Tem certeza que queres continuar? Sim? Então caminhe até o quintal. Lá você verá quem fui e quem sou. Os espinhos que colhi, quando flores plantei e os fracassos que colhi – quando esperanças semeei. Mas verá um cantinho com terra fértil, que inexplicavelmente resistiu bravamente e, anda precisando – na verdade urgentemente – de água, adubo, calor e muito amor.
A partir daqui preciso de toda a sua sinceridade: Pretende assumir a responsabilidade de revitalizar a minha horta? Quer me ajudar na faxina? Varrer o chão? Pintar as paredes, lavar os pratos? Está disposto a me auxiliar a trocar os móveis de lugar, ou melhor trocar os móveis e coerente com a nova decoração? Carregará todo esse lixo pra fora comigo? Quer – do fundo do seu coração – habitar o meu?
Seu desejo é sim? Perfeito! Prepare-se e cuide bem de tudo.
A casa agora é sua.
Alguém disse uma vez que os olhos são as janelas da alma, então concluo que minha boca é a porta e meu beijo, esse é a chave...
Antes de entrar peço-lhe um favor, que olhe a bagunça, pense e reflita antes de entrar. A casa é pequena, mas acumulou muita coisa, tanta coisa guardada. Os cômodos do quarto principal, meu coração, estão transbordando, abarrotados de tentativas, repleto de receios, e tem diversos arquivos intermináveis de minhas mais vulneráveis expectativas.
Agora responda com sinceridade: Tem certeza que desejas entrar? Se for positiva a resposta, peço que entre com calma. Na sala do meu coração encontrará dispostos centenas de filmes, que me fizeram provar de diversos sentimentos desde do choro até o riso – no carinho de outros braços. Músicas embalaram intensos momentos, altos e baixos – com outros amores. Milhares de fotos de viagens, de encontros, de festas e muitos momentos bons, desejáveis e agora são somente momentos distantes.
Na cozinha você deslumbrará o cheiro de muitos jantares. Temperos que eu amava e hoje já não suporto mais. Velas apagadas pelo tempo. Talheres que alimentaram outras bocas e taças que embriagaram outros corpos. Flores que decoram muito a mesa, e que hoje nem sentimento há nelas, secas estão.
O banheiro exala perfumes, loções, sabonetes e muitos prazeres – quanto de decepções. Fios de cabelos distintos que entopem o ralo do esgoto, enquanto escovas de dentes diversas ocupam o chão. A água do meu chuveiro já lavou suores e o espelho da pia refletiu muitos dias, muitas marcas de batom com mensagens ainda estampadas, dias melhores que já refletiu...
O quarto é o local mais bagunçado da casa, guarda tantas lembranças boas – quanto amores dilacerados. Nele você encontrará todo o prazer que dei e recebi. Todas as milhares de milhares de lágrimas que derramei e todas as alegrias que senti. Noites especiais que fui feliz, e outras que desejei dormir e desfrutei de cada segundo da noite. Livros espalhados pela cabeceira. Roupas por todo os lados.
Agora preciso que me diga: Tem certeza que queres continuar? Sim? Então caminhe até o quintal. Lá você verá quem fui e quem sou. Os espinhos que colhi, quando flores plantei e os fracassos que colhi – quando esperanças semeei. Mas verá um cantinho com terra fértil, que inexplicavelmente resistiu bravamente e, anda precisando – na verdade urgentemente – de água, adubo, calor e muito amor.
A partir daqui preciso de toda a sua sinceridade: Pretende assumir a responsabilidade de revitalizar a minha horta? Quer me ajudar na faxina? Varrer o chão? Pintar as paredes, lavar os pratos? Está disposto a me auxiliar a trocar os móveis de lugar, ou melhor trocar os móveis e coerente com a nova decoração? Carregará todo esse lixo pra fora comigo? Quer – do fundo do seu coração – habitar o meu?
Seu desejo é sim? Perfeito! Prepare-se e cuide bem de tudo.
A casa agora é sua.