GERAÇÃO DE PAC MANS
As redes sociais ganham, cada vez mais, uma dimensão de proporções sem fim, quando da divulgação da cena cotidiana. Nada parece escapar aos flashs desses pauteiros/atores da (in) realidade, que encontram na web a plataforma ideal para divulgar os acontecimentos comezinhos, de si mesmos.
Há que se considerar a evolução tecnológica com sua portabilidade, que associada a essa nova cultura de comunicação de convergência, impulsiona o transmídia e incentiva uma legião de repórteres-cidadãos.
Sem filtros (ou seria com filtros?), a espetacularização do Eu/self acontece antes mesmo do café da manhã. Embora tudo seja descartável, pois as novidades se sucedem a atualização da página. A relação velocidade x conteúdo não predispõe uma seleção, visto que o barato é consumir para não perder a vibe. E haja emojis; #partiufesta; a fotinha na academia; a corrente religiosa; e piadas e piadas e piadas... Nada escapa sem a devida providência do registro, quer seja humor ou tragédia.
O foda (Ops!) é que ninguém mais sabe o que é verdade.
Não há razão de apurar o que houve já que a motivação é mesmo viralizar. Quanto mais acessos, mais populares ficam os propagadores do absurdo-Pinóquio. E quase tudo é fake. Lembram o slogan: "Aconteceu virou manchete?" Hoje é: Posta na timeline, vai que cola.
Outro discurso ambientado na internet é o do falso moralismo quando se compartilha nudes ou fotos escatológicas. Sem noção também curtir imagens de pessoas mortas. O mundo é agora um big brother, sob o pretexto de conectar pessoas...
Pertencemos agora a todas as tribos.
Estamos brincando de inverter valores. Escondendo-nos por trás de aplicativos. O que buscamos incessantemente nunca teremos, pois a roda somos nós. Essa exposição exacerbada está fazendo surgir uma geração de seres androides, feito Pac Mans que consomem e vomitam a mesma mensagem, sem o mínimo pudor... Alias, pudor?