FERA FERIDA
Tua casa. Tua casa? Tua vida. Tua vida?
Julgas mesmo que ela te pertence?
Somos espíritos; a vida é eterna. Estamos indo e voltando. Crescendo, aprendendo. Quando partimos de tudo nos despojamos. Apenas o amor que doamos é que levamos e nossa consciência.
Não somos os donos deste arcabouço que nos abriga. É apenas uma veste. Uma roupagem para esta viagem.
Dizes: sou uma fera... uma fera ferida.
E vives de mal com a vida.
Vives mal. Te destróis, destróis os que te cercam.
Quem és com tuas deficiências?
Com tuas falsas aparências?
Talvez encontrasses as respostas, porém nem perguntas. Levas a vida a trancos e barrancos. Ofendes, machucas. E dizes que estás ferida.
Donde vem este pensamento? Donde vem teu tormento? Senão de ti. De teus equívocos.
Alguns dizem ter pena de ti. Não tenho. Há muito tempo aprendi a passar pelas plantações; olhar e levar a lembrança do ser plantando. Vou apenas pensando: Colhemos o que plantamos.
Estou longe da perfeição. Se estou aqui no planeta é para crescer um pouco, aprender e superar minhas más tendências, meus vícios. Estou aqui porque necessito estar num planeta de expiação e provas.
Então por que vou julgar? Não tenho este direito.
Não sinto pena, porém faço preces quando vejo pessoas equivocadas. Algumas vezes tento orientar. Nem sempre estamos prontos, mas uma palavra chega a ajudar.
Muitas pessoas não gostam de conselhos, não querem escutar. Então melhor deixar o tempo passar. O seu tempo de colheita vai chegar.