Passeio no Zoológico.

         

    Hoje nós fomos ao zoológico, eu, minha esposa, minha filha, e a minha sobrinha. O domingo estava propício para sair de casa, nem muito quente, nem muito frio. A princípio a ideia de ir ao zoológico partiu de mim, no dia anterior para ser mais exato; não era bem o que eu tinha em mente, mas dadas as circunstâncias daquele momento, foi a opção mais adequada que escolhi.

    Bom... Tudo começou da seguinte maneira. No dia anterior, portanto sábado, minha cunhada, que mora à duas cidades da minha, veio nos fazer uma visita rápida. Chegou bem cedo, aproveitou bastante o tempo para brincar com as sobrinhas, quando foi chegando a tarde, prometi que a levaria em sua casa, mas como a cidade que ela mora fica a uns trinta e seis quilômetros de distância, e por ser já tarde e por estar um pouco frio, eu não levaria nem a minha filha e nem a minha sobrinha. Caríssimos leitores... Imaginem a choradeira, não da minha sobrinha, mas da minha filha, para aplacar os ânimos da minha pequena,  lhe fiz a promessa de levarem as duas no zoológico no dia seguinte; bastou dizer isso e pronto, na mesma hora o sorriso voltou ao seu rosto, estava feito, levei minha cunhada até a sua casa, já pensando na promessa que eu teria que cumprir no dia seguinte. Voltei para casa já era noite, cansado, pensativo.

E finalmente amigos leitores! veio o domingo. O sol forte, manhã gostosa, calor na medida certa. O dia nem começou direito e eu já fui cobrado do passeio no zoológico pela minha filha, em plena mesa do café, e ainda com a seguinte advertências: " Papai! O senhor prometeu." Não teve acordo amigos, minha esposa fez um bolo de chocolate, mais algumas coisas para um lanche rápido, e lá fomos nós.

    Quando chegamos ao zoológico, levei um tremendo susto, estava super lotado, como nunca  antes tinha visto. Havia até ônibus com caravanas, confesso que fiquei impressionado com tantas pessoas. Tinham crianças para todos os lados, adultos, idosos, jovens, casais de namorados, de tudo um pouco. De certa forma, a maior atração ali sem dúvidas que não foram os animais presos em seus cercados, moribundos e entediados. Mas foi o bicho homem, o ser humano, e as muitas pessoas dividindo o mesmo espaço, conversando, se reencontrando, falando do futebol mais tarde, da semana de trabalho, do filho que está no último ano de engenharia, do parente que adoeceu, da vizinha que atormenta, enfim, assuntos é o que não faltavam para um dia tão movimentado. No final de tudo, fiquei com a impressão de que nós éramos os únicos que realmente se atentaram aos animais no zoológico, coisas como: Seus cuidados, a sua alimentação deficiente, falta de mobilidade em espaços inadequados e etc... As demais pessoas não pareciam estarem preocupadas com os pobres bichinhos, mas estavam preocupadas consigo mesmas. No fim do dia o zoológico foi até uma opção divertida. E aprendemos bastante, aprendemos que de todos os animais presentes, talvez os que ofereciam o maior risco, não eram os que estavam presos... Mas os que estavam soltos, pois enquanto os animais enjaulados agonizavam de tédio, ficando pelos cantos, assustados com tantas pessoas, que, o tempo todo subiam nas grades, tiravam inúmeras fotos, falando e gritando, crianças birrentas, crianças briguentas, jogando papéis e resto de comidas para todos os lados, alguns fumantes que sequer respeitavam as demais pessoas; soltando baforadas de cigarros no meio do povo, e na hora de jogarem as bitucas, atiravam-nas com as pontas dos dedos em qualquer lugar. Digo sem medo de errar, que de todos os animais criados por Deus, o mais perigoso é o racional, é o bicho homem com sua consciência deformada. Mas… no fim das contas , até que foi bom ver as crianças se divertirem.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 07/08/2017
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