O BRASIL DE TEMER
O Brasil de Michel Temer é, de saída, um país triste. A alegria saiu de cena, a esperança foi sepultada. As mãos dos ladrões embalam o berço esplêndido, açoitam o corpo do gigante que sonha com o fim da fraude.
A foice, símbolo do trabalhador camponês e o martelo, símbolo do trabalhador operário, foram feridos pelas reformas patronais na CLT e com a da Previdencia que estar por vir.
O Brasil de Michel Temer é sombrio, gelado, soturno, calado, sorrateiro, mocozado e careta. Muitos de nós, do povo, que tiramos a eleita Rousseff, somos assim também.
Trocamos a democracia tão valiosa, que nos custou tantas vidas, por uma sociedade sinistra de homens machistas, preconceituosos e que se comunicam através de sinais ocultos.
O Brasil de Michel Temer é rico para o rico e pobre para o pobre. Não tem meio termo, isso é isso e aquilo é aquilo. Homem é da rua, provedor e mulher é da casa, submissa, não há espaço para a discussão de gênero.
Apeamos da cadeira uma mulher e sua equipe democrática e colocamos um homem autoritário e sua equipe de estelionatários.
O Brasil de Temer não tem música, poesia, artes plásticas, dança e todo o tipo de cultura. É um governo de párias, vendidos e entreguistas.
O Brasil de Michel Temer não é o meu Brasil - preservado em toda a sua exuberânica estética e criativa - e o de milhões de brasileiros, que não navegam nessas águas sujas de dejetos políticos, onde pescadores de ocasião atiram seus anzóis para fisgar inocentes úteis.
Ricardo Mezavila.