Probosta

No meu tempo de bancário conheci várias figuras curiosas, inteligentes mas tipo assim meio aluados, tão ligados? Eram clientes do banco, mas pareciam personagens saídos de algum livro de Garcia Marquez, vindos, quem sabe, de um mundo fantástico e surreealista. O interessante é que eupassava horas conversando e discutindo com eles, mas sem rir e nem me divertir, mas, pasmem, entrava de cabeça até no delírio deles. Adorava ouvi-los, era como se estivesse ouvindo e conversando com u personagem saído deum romance.

Um desse sujeitos era de Belo Jardim, um dos caras mais inteligentes que encontrei na vida. Ele tinha a mania de elaborar projetos que à primeira vista pareciam coisa de louco, choque de loque, absurdo, a primeira reação seria rir, concluindo que eram projetos inexequíveis. Mas oproblema é que eram todos bem elaborados e de excelente nível técnico, contendo todos sos dadosexigidos pela direção do banco.Eram sempre encaminhados e sempre rejietados, indeferidos. Mas o sujeito não resistia. Era o tempo que apareceu o Proalcool, Pronazem, Proterra, etodo qualidade de pro, pro escambau.

Pois bem, certo dia o sujeioto de Belo Jardim chegou com uma nova pasta muito volumosa contendo um novo projeto. Um projeto que, segindo me confidenciou, iria causar uma revolução na nossa região era algo que iria revitalizar o solo e,incusive, fornecer energia a custo zero, além de ser algo que acabaria com a poluição. O projeto tinha o nome de Proesterco. Consistia simplesmente no aproveitamento total do excremento, da popular bosta, humanae animal. Cada comunidde armanezeria em depósitos subterrâneos, edificados a baixíssimo custo, a bosta familiar e animal, principalmente no campo, essas "fossas" seriam interligadas a uma espécie de usina geral onde seria reaproveitada como energia e adubo. E distribuída pelas secretarias de agricultura ou a Emater ou mesmo cooperativas. O projeto detalhava tudo,tinha os desenhos, estatísticas, orçamentos, como a usina operararia, algo que você lendo se convencia que se tratatava de algo sério. Naquela aépoca anda nao havia nenhuma experiência similar na região, mas ele citavano projeto experiências similares em outras partes do mindo e anexava xeróx de artigos de jornais e revitas estrangeiros. Em resumo: o projeto era completo.Fiquei convencidoe até animado, achando que aquele projeto dele seria aprovado. Eu, sozinho, porque o grente, o avaliador do banco, fiscal e colegas só fziam rir e chamar o projeto de Probosta.Enão queriam mandar o projeto para a Direção Geral, temiam que a agência virasse gozação em todo o banco. Mas na época havia nas agência um comitê de avaliação da viabilidade dos projetos e um dos membros era oreperesentante dos funcionários, n caso, eu, ele podia optar por endereçar qualquer projeto à consideração da Direção Geral. Fi o que fiz. Vejam bem, durante quase um ano os técnicos do banco anaisaram esse projeto e sempre havia pedido de mais dados, muita troca de correspondência, veio técnico à agência, ouviram o cliente, uma zorra danada. A essa altura ninguem ria mais, todos começaram a torcer pela aprovação do Probosta. Mas no final, infelizmente, o projto foi indeferidomas o motivo agradou o cara de Belo Jardim, na carta qe devolveu o projeto além de elogiar iniciativa, veio uma observação: o indeferimento se deveuao fato que a Embrapa ja estaria tentando viabilizar um projeto piloto da espécie e pelo convênio com ela só depois dos resultados, o banco poderia financiar esse tipo de proetos.Isso fez o clientefeliz, ele provara que a sua idéia era viável.

Hoje já existe muitacoisa nesse campo, talvez nao com a abrangência e detalamento do nosso clieete. Mas o que sentio e saudade dos papos que mantinha comesse cara inteligentíssimo e outros. Nenhum deles eraauado, estavam apenas à frente de sa época. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/08/2017
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