COMO CONVIVER COM A MEDIOCRIDADE MODERNA?
Hoje amanheci com uma pergunta inquietante. levantei da cama reverberando dentro de minha cabeça ôca de tanto cheia de coisas que a maré da vida acaba trazendo. Lixo para alguns, tesouros para outros. Mas o que me incomoda de forma sutil já algum tempo é simplesmente: Como conviver com a mediocridade moderna? Coincidentemente, enquanto me preparava para ir ao trabalho, olhei para a cômoda de guardar roupas e vi sobre ela um minúsculo livro chamado "Caminho Seguro", de Lourival Lopes. Olhei-o por alguns instantes e desejei que uma luz me fosse dada, um caminho a ser apontado para minhas inquietações existenciais. Logo após abri-lhe em uma página de forma aleatória, o número 82 trazia um título que dizia: VALORIZAR-SE. Fiz a primeira leitura das pequenas 20 linhas que o compunha e logo fui tocado pela lição impressa.
Foi incrível como aquele pequenino livreto de bolso pudera trazer uma mensagem grandiosa em suas páginas, conteúdo edificante, que uma vez bem refletido pelo leitor atento pode mudar rumos. A mim trouxe grandes ensinamentos em tão poucas palavras. A primeira frase veio em forma de indagação: "Você sofre quando não ligam para o que você sente"? Isto me soava mais do que uma simples pergunta, trazia à tona o que possivelmente acontece com a maioria das pessoas imagino. Entretanto, mesmo inclinado a concordar com a resposta esteriotipada como um "sim", percebi que este sentimento pode ser encarado como um caminho de mão dupla. As pessoas que mais nos são caras ou que depositamos nossa necessidade de atenção, muitas vezes nos ignoram, mas na verdade elas podem estar tão necessitadas ou mais do que nós, portanto, elas é que realmente precisam de ajuda, de atenção, para suas dores e conflitos que muitas vezes não conseguimos ver! Erroneamente quase sempre somos levados a sentimentos inferiores como raiva, desprezo e decepção por estas pessoas maravilhosas que chamamos de "nossos", quase sempre por egoísmo próprio nosso mesmo. Precisamos estar atentos aos outros também, porque os outros de alguma forma somos nós refletidos.
Nestes tempos de hoje, a mediocridade permeada nas relações interpessoais está muito presente. Uma sociedade de aparências, furtiva, baseada na fria virtualidade, sem ou com desprezo velado pela presença física efetiva e afetiva, parece consolidar-se a cada dia. Pensando bem, acho que não terei minha resposta ainda, mas tudo indica que a capacidade de livrar-se do egocentrismo exacerbado que assola as pessoas atualmente seja um bom caminho à seguir. Tornar-se humano na essência do ser, desvalorizar o ter em primeiro lugar. Aprender repartir os bons sentimentos, buscar no outro o que se pode oferecer, possivelmente seja uma saída a se pensar para se alcançar uma elevação interior. Como o próprio livreto me ensinava diante de minha angústia: "Não procure nos outros o que você pode encontrar em si mesmo". Então, valorize-se para poder valorizar também o outro! Encontre em você sua melhor parte e compartilhe com amor ao próximo. Às necessidades, todos nós a temos, em menor ou maior grau. Afinal, somos todos filhos da mesma essência em busca de um frasco que nos caiba inteiramente! Quanto ao trabalho que devemos executar para que tudo isso possa sair da teoria para a prática, busco apoio nas belas palavras de Joanna de Ângelis quando nos ensina que " Trabalho é vida, e serviço aplicado à edificação é viga mestra da felicidade" . Elevemo-nos então, pois.