CONSTATAÇÃO PREOCUPANTE
Mais uma vez tivemos a oportunidade de assistir à sessão da câmara dos deputados e de ver como agem os nossos bravos representantes.
Apesar do tratamento de “vossa excelência” ninguém respeita ninguém nem presta o mínimo de atenção ao que o outro fala, quer seja da tribuna ou não.
Aquelas cadeiras estofadas, confortáveis, macias e que custaram verdadeira fortuna aos cofres públicos, ficam às moscas porque eles ficam de pé, no corredor central a fim de que as suas “carinhas bonitinhas” sejam captadas pelas câmeras e transmitidas para que todo o Brasil (principalmente seu curral eleitoral) veja que ele, o deputado, está presente, mesmo que seja para falar bobagens sem sentido ou aparecer como “papagaio de pirata” sobre o ombro do colega que conseguiu ficar em sua frente, prejudicando o trânsito daqueles que devem ir até o microfone para votar.
Na sessão de ontem, por duas vezes, deputados foram declarados ausentes por não terem conseguido chegar ao microfone nem serem ouvidos pelos membros da mesa de que estavam presentes em meio à balbúrdia reinante no plenário.
É ridícula a manobra que fazem para permanecer (mais um pouquinho) diante das câmeras, com falas desnecessárias e fora de contexto, quando o voto deve ser expresso pelos advérbios “SIM” ou “NÃO”.
Se o parlamentar considera que deve justificar para os seus eleitores o porquê do seu voto, deve se inscrever para fazê-lo da tribuna, no tempo reservado a cada um deles e sua fala se limitar ao assunto em pauta, mas quando isso acontece, quando eles se inscrevem para falar, temos a insatisfação de ouvir discursos “desvirgulados”, sem nexo, recheados com assuntos alheios ao que se discute, que na maioria das vezes ultrapassa o tempo determinado e, dependendo do tema, o orador é agredido (verbalmente) por um adversário da plateia que está lá apenas para afrontá-lo, porque não há discordância de ideal, vez que todos eles, fora do plenário, formam rodinhas de amigos e têm o desejo comum de se perpetuar no poder e se locupletar das benesses do cargo.
Essa enxurrada de siglas partidárias serve apenas para angariar verbas oficiais vez que os estatutos desses partidos não diferem em termos ideológicos, nem têm programas definidos ou exigem fidelidade de seus membros.
Diante disso fica a constatação de que nós, os eleitores, precisamos escolher melhor os nossos representantes.
GLOSSÁRIO
Desvirgulado = sem vírgulas, confuso, inútil