BNDES: a bola da vez

Diante de tantos escândalos que vivenciamos chegou mais um momento cruciante na depuração moral por que passa a nação. Até o momento, a Petrobras foi alvo de grande expectativa, considerando as investigações que para felicidade dos brasileiros não foram infrutíferas.

Contudo pelo que se anuncia o BNDES deverá superar e muito o montante desviado por políticos e empresários corruptos descompromissados com a sociedade. É triste, mas real que o Brasil passa por momentos de grandes decepções no âmbito da classe política.

Causa espécie todo esse tempo decorrido - mais de dez anos -, da ocorrência de atos ilícitos e não se ter noticia das ações do TCU e outros órgãos controladores, dessas falcatruas que prejudicaram o Brasil em todos os níveis. Somente nos últimos dois anos, as autoridades conseguiram reaver 2,9 bilhões de reais surrupiados da Petrobras.

A perplexidade do povo parece não mais existir. Tornou-se coisa comum as manchetes dos jornais e demais veículos de comunicação. Banalizou-se a corrupção! É fato diário na vida política brasileira.

Por um lado a cruel realidade do elevadíssimo alcance feito no erário, mas de certa forma um alívio ao vermos detidos supostos “expoentes” da política e empresários bilionários. Não podemos reclamar! A Lava Jato mudou uma página negra no livro da nossa história. Porém tenhamos consciência de que uma página não define o total conteúdo de um livro...

Há muito mais a ser descoberto. As improbidades não se restringem no cenário federal. Em todos os níveis da administração pública há rastros da iniquidade. As investigações que estão sendo feitas nesse “mundo do crime” do colarinho branco não irão cessar. A sociedade está alerta e vigilante quanto a propósitos escusos que pairam no ar...

A moralidade nacional avança a cada dia, enfrentando poderosos adversários que ainda se acham impunes como outrora. Muitos ainda não se aperceberam de que o curso da nossa história mudou e mudou para melhor para vermos punidos todos os envolvidos, ressaltando que não importa partido ou bandeira.

A depuração não deve ter filtros nem espaço para excepcionalidades. Não pode haver resquícios de privilégios, visto que, a lei é para todos e assim deve ser a norma de conduta daqueles que julgam.

A reversão da vida política nacional já é fato. Há resistências, mas serão vencidas e a sociedade tem imensa responsabilidade nesse processo. A passividade é omissão e por consequência, conivência. A nossa consciência cívica nos impulsiona para protestar. Digo protestar, não vandalizar. O que está em andamento é a reforma moral, diferente de todas tão anunciadas e debatidas. A partir dela as demais fluirão em proveito do povo brasileiro.