Autoria da foto: Leila Azevedo
Uma flor solitária, presa no galho de uma árvore, flor isolada nela mesma, assim é a mulher solitária que pretendo descrever aqui, numa linguagem simples, porém, reflexiva.
Dia comum, como outro qualquer, não fosse a crise existencial que faz a grande diferença. Insatisfação, uma certa amargura, ou quem sabe, nostalgia pura. Resume-se isso ao descontentamento com o momento ora vivido por uma mulher madura, equilibrada, independente, realizada profissionalmente, temente a Deus, porém, sozinha, fechada em seu próprio mundinho, o qual ela mesma criou.
Imaginemos uma pessoa que já construiu família, já se aposentou, mas, continua labutando pela necessidade de manter uma vida decente. Imaginemos essa pessoa bem humorada, alegre, positiva, sentimental e romântica, que não consegue ver o seu semelhante triste, desanimado, sem que o empurre para o alto! Imagine uma mulher sensível, intensa em tudo o que faz, doce, terna, amável, carinhosa, fiel, dedicada, do bem, incapaz de magoar alguém. Pode ser até que magoe, porém, sem intenção de. Imaginemos os seus filhos já com suas vidas próprias - isso significa que o ninho desta pessoa esvaziou.
Agora imaginemos essa mulher, já na farta idade, sonhando ainda conhecer alguém, amar e sentir-se amada, tendo como suporte a sua FÉ. Aquela que acredita preencher o ninho vazio, alguém com quem divida a mesma cama, o mesmo teto, dormindo e acordando juntos numa mesma sintonia. Imaginemos essa pessoa que tentou de várias formas preencher uma lacuna jamais sentida como neste momento, tão profundamente. Imaginemos uma mulher que não se contenta mais em tocar o teclado que dantes fazia com maestria e gosto, que não se satisfaz lendo livros de autores muito bem selecionados, assim como não se distrai escrevendo seus poemas ou cantarolando durante os afazeres domésticos. Uma pessoa que não vê mais graça nos documentários televisivos como outrora . Uma mulher que se sente desconfortável no Grupo de Mulheres do qual fazia parte, e que, por incrível que pareça, ainda atua em projetos sociais.
Não há como mensurar a devastação emocional da mulher em questão... vivida, inteligente, portadora "ainda" de alguns atributos que não sabe até quando poderá contar com eles. Uma mulher em busca de um amor correspondido e disponível, a fim de assumi-la com todos os direitos que uma alma feminina pede e merece. Porém, essa possibilidade está, segundo ela, muito distante de acontecer. Imaginemos essa pessoa nos finais de semana vendo amigos (as) numa diversão sem fim, numa viagem a dois, ou, simplesmente, em suas casas, juntinhos, confabulando, estreitando os laços, renovando os votos, ou, simplesmente escrevendo poesias, cantando aquilo que gostam. Imaginemos essa cena!
Dolorida, entristecida, sem perspectiva de alcançar o que tanto almeja : encontrar a sua outra fatia. E essa mulher segue o rumo da vida, pois, esta, não para! O fluxo é certo. Segue o rumo, muitas vezes estreito, sem graça, sem ritmo.
E, enquanto caminha, o tempo vai passando, nada acontecendo sem sequer, vislumbrando uma luz no final do túnel .Essa mulher madura que estamos imaginando não pode voltar no tempo, porque isso é irreal. E assim ela caminha cheia de perguntas sem respostas. Imaginemos essa mulher que só precisa e deseja ser feliz. Uma mulher que se recusa a aceitar o seu solitarismo, pois, tem certeza de que não nasceu para viver sozinha no seu mundinho precário. Essa pessoa nasceu para a partilha, porque não conhece o egoísmo. Gosta de dividir com o outro, compartilhar momentos diversos, cobrir o outro com mimos. Imaginemos uma mulher que dá colo, que seca lágrimas, chora e gargalha junto ao companheiro tão desejado. Uma mulher que não pede tanto a Deus, agradece muito mais. Hoje ela só pede, com o coração dolorido, sozinho, solto, que Deus lhe dê esse companheiro, que possa lhe fazer feliz no dia a dia, que juntos enfrentem os momentos conturbados, mas que se amem, fortalecidos, compartilhando e realizando os mesmos sonhos e planos, apesar de sua farta idade.
Seria isto pedir demais? Imaginemos... imaginemos! Nostalgia total em ritmo frenético... essa mulher está dolorida. Imaginemos!
( Leila Azevedo ) Julho/2017
Uma flor solitária, presa no galho de uma árvore, flor isolada nela mesma, assim é a mulher solitária que pretendo descrever aqui, numa linguagem simples, porém, reflexiva.
Dia comum, como outro qualquer, não fosse a crise existencial que faz a grande diferença. Insatisfação, uma certa amargura, ou quem sabe, nostalgia pura. Resume-se isso ao descontentamento com o momento ora vivido por uma mulher madura, equilibrada, independente, realizada profissionalmente, temente a Deus, porém, sozinha, fechada em seu próprio mundinho, o qual ela mesma criou.
Imaginemos uma pessoa que já construiu família, já se aposentou, mas, continua labutando pela necessidade de manter uma vida decente. Imaginemos essa pessoa bem humorada, alegre, positiva, sentimental e romântica, que não consegue ver o seu semelhante triste, desanimado, sem que o empurre para o alto! Imagine uma mulher sensível, intensa em tudo o que faz, doce, terna, amável, carinhosa, fiel, dedicada, do bem, incapaz de magoar alguém. Pode ser até que magoe, porém, sem intenção de. Imaginemos os seus filhos já com suas vidas próprias - isso significa que o ninho desta pessoa esvaziou.
Agora imaginemos essa mulher, já na farta idade, sonhando ainda conhecer alguém, amar e sentir-se amada, tendo como suporte a sua FÉ. Aquela que acredita preencher o ninho vazio, alguém com quem divida a mesma cama, o mesmo teto, dormindo e acordando juntos numa mesma sintonia. Imaginemos essa pessoa que tentou de várias formas preencher uma lacuna jamais sentida como neste momento, tão profundamente. Imaginemos uma mulher que não se contenta mais em tocar o teclado que dantes fazia com maestria e gosto, que não se satisfaz lendo livros de autores muito bem selecionados, assim como não se distrai escrevendo seus poemas ou cantarolando durante os afazeres domésticos. Uma pessoa que não vê mais graça nos documentários televisivos como outrora . Uma mulher que se sente desconfortável no Grupo de Mulheres do qual fazia parte, e que, por incrível que pareça, ainda atua em projetos sociais.
Não há como mensurar a devastação emocional da mulher em questão... vivida, inteligente, portadora "ainda" de alguns atributos que não sabe até quando poderá contar com eles. Uma mulher em busca de um amor correspondido e disponível, a fim de assumi-la com todos os direitos que uma alma feminina pede e merece. Porém, essa possibilidade está, segundo ela, muito distante de acontecer. Imaginemos essa pessoa nos finais de semana vendo amigos (as) numa diversão sem fim, numa viagem a dois, ou, simplesmente, em suas casas, juntinhos, confabulando, estreitando os laços, renovando os votos, ou, simplesmente escrevendo poesias, cantando aquilo que gostam. Imaginemos essa cena!
Dolorida, entristecida, sem perspectiva de alcançar o que tanto almeja : encontrar a sua outra fatia. E essa mulher segue o rumo da vida, pois, esta, não para! O fluxo é certo. Segue o rumo, muitas vezes estreito, sem graça, sem ritmo.
E, enquanto caminha, o tempo vai passando, nada acontecendo sem sequer, vislumbrando uma luz no final do túnel .Essa mulher madura que estamos imaginando não pode voltar no tempo, porque isso é irreal. E assim ela caminha cheia de perguntas sem respostas. Imaginemos essa mulher que só precisa e deseja ser feliz. Uma mulher que se recusa a aceitar o seu solitarismo, pois, tem certeza de que não nasceu para viver sozinha no seu mundinho precário. Essa pessoa nasceu para a partilha, porque não conhece o egoísmo. Gosta de dividir com o outro, compartilhar momentos diversos, cobrir o outro com mimos. Imaginemos uma mulher que dá colo, que seca lágrimas, chora e gargalha junto ao companheiro tão desejado. Uma mulher que não pede tanto a Deus, agradece muito mais. Hoje ela só pede, com o coração dolorido, sozinho, solto, que Deus lhe dê esse companheiro, que possa lhe fazer feliz no dia a dia, que juntos enfrentem os momentos conturbados, mas que se amem, fortalecidos, compartilhando e realizando os mesmos sonhos e planos, apesar de sua farta idade.
Seria isto pedir demais? Imaginemos... imaginemos! Nostalgia total em ritmo frenético... essa mulher está dolorida. Imaginemos!
( Leila Azevedo ) Julho/2017