Apego: O veneno da alma

Sou completamente egoísta, como todos no mundo.

Fui moldada assim.

Moldada por um universo de apego

Por uma educação coletiva que não forma, deforma.

Condicionada a situações onde O Eu, inconscientemente se coloca adiante.

Que trabalha em sabotagem com o que há de melhor em mim, me fazendo sangrar em desejos irrealizáveis. Porque o desejo se renova pedindo sempre mais, e por sua vez originam frustrações as quais me permito equivocadamente sentir.

Me transformo então em porta de entrada para mais deformidades.

Tudo é fruto do sentir, e do conflito racional do não sentir.

Fruto do desequilíbrio emocional, de origem em emoções as quais não fomos ensinados ou preparados para lidar.

Não somos educados emocionalmente, não somos preparados para sermos adultos coerentes, não somos educados para evoluir.

Somos educados pelo ego e para o ego.

Caminho de difícil retorno, que embora difícil, não impossível.

Sentir apego emocional é talvez a maior dor possível que um ser humano possa sentir. Nenhuma dor física é maior, porque as dores da alma são de cura mais difícil.

E você não consegue respirar.

É como se o ego ao se alimentar tirasse um pouco de vida de você.

Como se todas as conexões cerebrais parassem de trabalhar a favor daquilo que te mantém vivo.

O ego é eloquente.

Distribui apegos irrevogáveis numa vida passageira.

Influi desejos que nos leva por um caminho de rancor, ódio, medos.

E acreditamos nele.

Acreditamos que a única possibilidade de vida, é um seguimento de estar sempre em necessidade.

Sempre precisando de algo.

O ego é um remédio sem bula, cheio de contra indicações que não sabemos, cujos efeitos colaterais nos tornam piores do que já somos.

Somente a liberdade e o autoconhecimento são capazes de minimizar o ego.

Libertar-se das correntes do mundo, das inverdades que nos vendem como verdades absolutas. Somente encarar o espelho nos torna prontos para olhar para nossos monstros. Mas é preciso coragem.

Coragem de admitir que somos egoístas.

Coragem de admitir que somos fracos, frágeis, quebradiços.

Somente a coragem de derrubar nossos barracos feitos de apego em terrenos de agonia, é capaz de permitir a construção de mansões de felicidade plena, e essas só podem ser construídas com tijolos de paz.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 30/07/2017
Código do texto: T6069218
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