A MORTE AO MESMO TEMPO QUE ME APAVORA , ME ENCANTA
A morte ao mesmo tempo que me apavora , me encanta. Porque na verdade ninguém sabe mesmo o nosso fim , só se especula , teoriza para onde vamos ou se vamos para algum lugar. Ninguém no fundo no fundo não sabe de nada.Tem-se muita vontade que tenha um lugar espiritualizado.
A morte me fascina por saber pode-se sair desse mundo tão conturbado, excludente, preconceituoso, hipócrita, egoísta e tantos outros adjetivos negativos que se poderia enumerar aqui.
Não posso dizer que a morte é o fim de tudo,não sou o dono da verdade. Mas a pergunta que sempre fica, por que estamos aqui? Por que não sabemos para onde vamos. No entanto, a morte dá a sensação de descanso de toda essa luta empreendida pelos seres humanos aqui na Terra, toda essa batalha desigual para a maioria dos seus habitantes , livra dessa sanha louca pelos bens materiais, livra dos desejos inconfessáveis e reprimidos dentro de cada ser. Livra das regras morais aplicadas a maioria da sociedade, mas uma minoria burla o tempo todo ao seu bel prazer. Livra do convencionalismo irritante que somos obrigados aturar. Livra da mediocridade tacanha propagada no dia a dia.
A morte é um balsamo de toda aporrinhação desgastante das relações sociais indesejáveis. Livra de um mundo que só é aprazível para os que têm condições econômicas em que podem viajar para Paris como se estivesse se transportando para uma cidade qualquer do país, podendo desfrutar das praias paradisíacas , dos lugares charmosos feitos para esses tipos de pessoas mesmo, enquanto a maioria se contenta ou deve se conformar com futebol, bebidas baratas, lazeres do seu alcance econômico.
A morte livra das disputas, das dos discursos vazios religiosos e políticos , das disputas pelo poder, por hierarquias , livra dos amores mal sucedidos, das rejeições sejam elas quais forem , a morte livra da competição de quem é mais inteligente, mais capaz, mais sedutor, mais pegador. A morte não considera mais quem é ganhador ou perdedor.
A morte silencia , apazígua todas as inquietações , as angustias presente em cada ser vivo.