Confissões de um Filho...sem PAI!
Pai, palavra pequena mais que causa um vazio indescritível. Sinto falta. Choro, sim, ainda choro. O pior que isso tudo é irreversível, e o martírio da impotência meio a saudade sempre teima em atormentar-me nessas épocas em que eles são destaques, datas que servem para alimentar o comércio e também minha solidão de filho. Datas para agradecermos por tudo. E eu? Não tenho mais a quem agradecer, aliás, estou com toda minha gratidão presa na garganta há seis anos. Como a vida é injusta, digo, a morte. Levou meu pai e com ele um pedaço da minha adolescência. Mudou minha estória, me retirou possíveis momentos, momentos os quais nunca mais terei como filho. Lembro-me sempre do seu jeito meio provinciano, matuto de ser, seus causos, lições de vida, suas inesquecíveis broncas, fundamentadas sempre em toda sua magnífica sabedoria caseira, todo seu sofrimento já vivido, que na época não nos impressionava nem um pouco saber de todo aquele esforço já decorado em nossas mentes. Gozado. Não tivemos grandes momentos juntos, INFELISMENTE, sua metodologia de Pai não permitia muita intimidade. Hoje consigo entender, não era mal-humorado ou desnaturado, Não! Era simplesmente Pai, Patriarca acima de tudo, do seu jeito, mas era. Raros foram os abraços, poucas foram as palavras, nunca disse que min amava, mas sempre ouvia elogios a meu respeito, frente a seus amigos, exibindo meus desenhos, minhas notas do colégio. Nas comparações que fazia com meu, politicamente incorreto, irmão do meio. No fundo sempre soube, ele min amava sim, aliás amava a nós todos, inclusive meu irmão do meio. Heh ele se foi, mas seu legado ético ficou, mais que palavras ou mimos nos deixou valores. Exemplo vivo de caráter, de que o humilde sofre, sim! Mas vence...Que ainda vale a pena fazer o bem, ser do bem. Por isso tudo, não se ficam mágoas, apenas agradecimentos e orgulho...Quem sabe até recíproco, porque não?!
Parece tarde mas não posso deixar de dizer: TE AMO Meu Velho!!
Wenes Caetano [Filho do sr. Lourival Caetano]