(Ah!) mor
Dizem que é um sentimento arrebatador e que toma conta de todo nosso ser esse tal de amor. Há controvérsias, já que também dizem o contrário definindo-o como uma escolha e não um sentimento. Percebi que não é algo fácil de conceituar e que a visão de cada um influencia o modo como ele é visto. Porém, uma coisa é fato: muitas pessoas são vítimas dele. Do tal do amor. E é aqui que começa a nossa história de amor, é claro... Havia dois amigos de longa data que sempre saíam juntos e se divertiam como nunca. Os anos passaram e a vida adulta chegou, com ela o trabalho e uma rotina avassaladora de atividades. Isso contribuiu para que os dois se vissem cada vez menos e conversassem somente ao telefone. Do seu antigo grupo, somente os dois estavam solteiros. Ele médico. Ela jornalista. A família de ambos e os amigos sempre faziam aquelas perguntas insuportáveis sobre quando iriam “arrumar” alguém e que conheciam possíveis pretendentes para ambos. Tudo isso era simplesmente ridículo, os dois pensavam. Já estavam cansados de tanta bobagem e da mesma “cobrança” da sociedade e, assim, resolveram a situação da seguinte forma: disseram a todos que fariam uma viagem de férias juntos e ambos se encarregariam de achar a pessoa ideal. O médico para a jornalista e a jornalista para o médico. Essa seria a última tentativa dos dois, a fim de acalmar os ânimos de todos e terem um pouco de paz. A sorte estava lançada e o destino dos dois selado. Resolveram ir á praia, pois amavam a natureza e fizeram muitas atividades. Juntos. Fizeram até um cronograma, mas acabaram desistindo dele assim que chegaram e deixaram as coisas “fluírem” como dizem por aí. Foram dias de muitos risos, descobertas, confidências e, entre um mergulho e outro, muito carinho. Passaram muitas horas juntos e relembraram muitas situações vivenciadas ao longo dos anos pelos dois. As férias haviam chegado ao fim e eles puseram em prática o carpe diem, ou seja, aproveitaram ao máximo. Quando chegaram á sua cidade, estavam exaustos e felizes. Porém com aquela sensação de que haviam esquecido algo importante. Passaram-se os dias e todos queriam saber como tinha sido a viagem e o resultado da jornada dos dois. Eles só comentaram como a viagem foi boa e como a companhia que tinha foi a melhor possível, despontando a todos. Apesar de suas agendas quase nunca coincidir, eles sempre davam um jeito de fazer algo juntos e contarem como foi a semana, essas coisas. Com o passar meses , os dois continuavam com esses encontros cada vez mais frequentes e agradáveis até que um dia ambos deram-se conta de que estavam apaixonados. E, assim, praticamente termina a nossa história. Mas, não custa nada lembrar que, no caso dos dois, o amor não foi avassalador e não foi uma escolha.....porém, algo natural como a luz do dia e serena como o brilho do luar. Ah! O amor que chega quando não se espera e nos encontra quando menos esperamos. Quem será a sua próxima “vítima” ?