A AUGUSTO MONTENEGRO EM COLCHAS DE RETALHOS !
Em Alenquer, meados de minha adolescência, " colchas de retalhos " de Anísio Silva, fazia sucesso nas paradas.
Gostava de ouvi-la, abraçado ao meu violão, meu amigo, cantarolando nas beiradas das ruas empoeiradas de minha saudosa terra ximanga - Ó têmpora, ó mores - saudades ...
Contemporizando o paradoxo, sem fugir à essência dos retalhos, me vem, agora, à mente, os frangalhos da minha sofrida, esfarelada, vaga, confusa e obtusa Augusto Montenegro ...
Tráfego seguro, mesmo, somente à GPS e de helicóptero.
Até parece um simulado de rodeio automobilístico de retas, curvas e semi-curvas. E ponha-lhe arranjos. Um requintado queijo suíço com suas discrepâncias e atrapalhadas saídas...
Fantástico, hem -, um espetáculo de luzes e cores, ficando, tão-somente o contraponto das barricadas ao embaralhado canteiro de obras - e toma-te quebradeira nesses retalhos ...
Bem, nesse contexto, derruba-se árvores, escava-se aqui, afunila-se ali e por ironia do destino, ainda batemos no peito orgulhosos por dizer que vivemos num estado democrático de direitos ...
E como diz o papachibé - não é pai d' égua ???
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Enquanto isso, nessas andanças, " por mares bravios de minha terra natal ", de José de Alencar, a gente emburaca-se na Augusto, pelas onduladas colchas de retalhos ...
Mas, a vida continua, como dizia Castro Alves, - " ao caminheiro que passa pela estrada ..."
* Prof. Enock Santos *
Belém / Pa/ 19/07/2017