A noite em quê o Maestro descobriu a "Maestrina". VIVA À OSBA!
A noite em quê o Maestro descobriu a "Maestrina". VIVA À OSBA!
Início de um Sarau no MAM à noite. Todos atentos, todos afoitos e ávidos por arte, cultura, música, poesia, todos intensamente conectados com a Orquestra Sinfônica da Bahia-OSBA (principal atração da noite). O salão do Museu estava cheio de jovens! A Platéia pronta para interagir nesta imersão de sentidos e unida pelo mesmo ideal consumir cada nota tocada e cada palavra dita pelo nobre Maestro. A noite foi gloriosa, duas jovens declamaram poemas belíssimos o que eu me recordo muito bem foi o
"Congresso Internacional do Medo" de Carlos Drummond de Andrade:
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas."
Então, após termos aulas de sons, timbres, fomos convidados a viajarmos no mundo da música clássica.
E depois viajamos no mundo da música popular brasileira.
Um dos integrantes da OSBA, cantou uma música muito famosa do cantor Wando ("Você é Luz, Raio, Estrela e Luar.") e a platéia delirou!!!
De repente o Maestro Carlos Prazeres surpreende novamente o público, convida alguém da roda do Sarau para dar um recado rápido... Mal sabia ele o quê lhe aguardava!
Uma Mulher, jovem, Jornalista, Pedagoga, porém enamorada pela música em todos os sentidos. Que ama cantar, sugeriu que a canção "Bem que se quis" interpretada ricamente por Marisa Monte fosse interpretada por ela! Imaginem a situação... Esta mulher ficou tão feliz e ao mesmo tempo tão tímida que teve um medo de não corresponder à altura do acompanhamento musical que teria (a OSBA-Orquestra Sinfônica da Bahia) e decidiu sem pensar direito apresentar-se à capela.
Um grande desafio, mas do Salão do Museu ecoaram vozes animadas pelo ímpeto da jovem mulher que cantou com as vozes belas lhe acompanhando. Foi um verdadeiro coral da platéia!
Foi a noite em quê o Maestro disse que descobriu a Maestrina! Chamou a cantora de Maestrina!!! Olha quanta generosidade.
E assim a Mulher saiu com as energias renovadas do Sarau, antes de ir embora entrevistou o Maestro que mais uma vez com a sua grandiosa generosidade lhe proporcionou uma excelente entrevista, expressando todas as suas opiniões e reflexões sobre o cenário musical brasileiro.
Na verdade, meus queridos leitores, esta nobre escritora, jornalista e pedagoga que vos fala foi a descoberta como cantora do Maestro naquela noite. Eu fui a "Maestrina" (segundo ele) naquele Sarau, naquela noite!
Estou muito radiante e feliz, com tal elogio.
Agradeço a toda orquestra que me incentivou a cantar durante toda a apresentação e ao Maestro por ter me concedido este tempo, espaço no Sarau para apresentar a minha expressão artística. Foi magnífico para mim!
Saí de órbita, visitei os astros e as estrelas do céu neste momento único e inigualável que vivi. Muito obrigada OSBA! VIVA À OSBA! A data do Sarau foi no dia 13 de julho, Salvador-BA/Brasil.
Andréa Ermelin
18 de Julho de 2017
Terça-feira
Madrugada
02:41h