Esperança multicor







 


Às vezes dentro de nós, acontece uma fuga incompreendida,
O encantamento da alma correndo campos,
É tanto! Que sem querer
Nos aventuramos numa queda feia e certeira,
deslizando iludidos com a beleza do verde
por sobre pedras cobertas de lodo...
Já cheguei à me convencer, ser alguns desses tons,
É como perder-se, deslumbrados com a esperança
Numa cor diferente, procurando espaço num solo de infertilidade,
Onde os nossos grãos são inúteis.
O que fazer, quando só lhe resta semear os restos da colheita
dos grãos de tempo perdido, em seus sonhos.
É quando você desperta, e, cego...
O seu pensamento vai, buscando o crepúsculo,
Como se este fosse o último!
Para tomar um banho de loucura nas cores,
Abrir os olhos e brincar com um romantismo ultrapassado,
Beber alguns respingos de fantasias
Brindar, até confundir-se com a azul do céu entrando no mar alaranjado e amarelo ouro, dos raios de sol
que dá o brilho ao tesouro que é o amor escondido
Vivo dentro de nós.
Esquecer rostos anônimos, é preciso.
Sair da selva, fugir à visão de pessoas enfileiradas, assustadas,
feito bichos nas florestas em suas fugas,
Imitamos quem grita por liberdade e não sai do lugar.
Virar as páginas das vãs palavras, no entortar dos tantos dedos apontando para o seu nariz, dizendo sem olhar nos olhos da sua alma:
"Se eu fosse você" _ Sim, você faria o que?
Mas você não sou eu e nem eu você. Que bom!
E pensar, que eu sou mais eu assim,
Com tanta história para contar
Sem poder,
Quando parar de doer, eu conto.
Um dia desses eu juro que conto como cheguei até aqui...
Será que eu ousaria remexer nos meus entulhos?
Cada detalhe lá deixei, experimentei cada sopro de ar,
cada novo sabor
às vezes bem amargo,
Outras vezes com prazer nas mínimas coisas,
sentindo o chão em cada degrau subindo ou caindo,
Mas nunca desistindo.
Somos responsáveis pelos rastros que vamos
marcando no tempo, com atitudes ou palavras,
ditas e sentidas verdadeiramente.
Para que nada que fique de nós seja em vão,
Nem mesmo o tempo que julgamos perdido,
Estes também ficarão para trás,
Feito livro aberto aos novos viajantes, como lição.
Porém, nunca deixando morrer a vontade de tingir
com os nossos sonhos,
o horizonte, que só atinge,
quem tem nas veias o que nós temos
E nem compreendemos de fato o que é,
iludidos somos.
Nem percebemos que não precisamos de ninguém
não mesmo, para chegarmos,
porque a felicidade ou a tristeza
É uma espécie de individualidade.

_ Liduina do Nascimento
°
Enviado por Liduina do Nascimento em 17/07/2017
Reeditado em 20/07/2017
Código do texto: T6057314
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.