UMA CASA INSTIGANTE
Da série:Diário de minhas andanças
15 de julho de 2015
A primeira visão veio-me daquela cumeeira esgueirando-se atrás da plantação.
Um arbusto florido e duas janelas, ruborizadas de vergonha, desculpavam-se em tonalidades pela ausência de cores nas paredes de madeira.
Um vento maroto varria o céu da tarde e ,de quando em quando,num toque mais ousado o campo de soja arrepiava-se.
[Folhagens contorcionistas!...Borboletas de sol no verde do fim do dia]
O zoom da câmera permitiu aproximar-me daquele monumento à magnitude do singelo.
Busquei na imaginação alguns enredos para o cenário.
Uma canção,das minhas preferidas,escorria pelo som do carro,feito trilha sonora de minha suposta chegada àquela casa.
Então...
Um portão entreaberto,sulcos de rodas de carroça em paralelas, canteiros de escarolas, laranjeiras de galhos cansados...
Cerca aramada,cones de feno,bezerros serenos , obedientes às lambiduras de suas mães.Um galo esgoelando-se entre pés de funcho e dois cachorros, enfastiados de domingo,atirados num sono profundo à sombra do galpão.
Um par de olhos,desconfiado,sondando o forasteiro pela fresta da janela.
Alheio àqueles ares de desconfiança,um sorriso alegre de outro, florescendo pela porta de entrada.
Parado,entre vasos de guiné ao lado da escada , numa voz plena de hospitalidade,quebrando o travo da tarde:
_Seja bem vindo ! Entra,que a casa é sua.
Um sabiá e minha canção preferida,despertavam-me do devaneio.
Chegara a hora de seguir.
O caminho era ainda longo.A casa,feito morena encabulada,perseguiu-me um bom tempo pelo espelho retrovisor.
Bee Gees, no CD, aconselhavam-me à ser feliz.
Obediente...Segui meu caminho.
Joel Gomes Teixeira
Da série:Diário de minhas andanças
15 de julho de 2015
A primeira visão veio-me daquela cumeeira esgueirando-se atrás da plantação.
Um arbusto florido e duas janelas, ruborizadas de vergonha, desculpavam-se em tonalidades pela ausência de cores nas paredes de madeira.
Um vento maroto varria o céu da tarde e ,de quando em quando,num toque mais ousado o campo de soja arrepiava-se.
[Folhagens contorcionistas!...Borboletas de sol no verde do fim do dia]
O zoom da câmera permitiu aproximar-me daquele monumento à magnitude do singelo.
Busquei na imaginação alguns enredos para o cenário.
Uma canção,das minhas preferidas,escorria pelo som do carro,feito trilha sonora de minha suposta chegada àquela casa.
Então...
Um portão entreaberto,sulcos de rodas de carroça em paralelas, canteiros de escarolas, laranjeiras de galhos cansados...
Cerca aramada,cones de feno,bezerros serenos , obedientes às lambiduras de suas mães.Um galo esgoelando-se entre pés de funcho e dois cachorros, enfastiados de domingo,atirados num sono profundo à sombra do galpão.
Um par de olhos,desconfiado,sondando o forasteiro pela fresta da janela.
Alheio àqueles ares de desconfiança,um sorriso alegre de outro, florescendo pela porta de entrada.
Parado,entre vasos de guiné ao lado da escada , numa voz plena de hospitalidade,quebrando o travo da tarde:
_Seja bem vindo ! Entra,que a casa é sua.
Um sabiá e minha canção preferida,despertavam-me do devaneio.
Chegara a hora de seguir.
O caminho era ainda longo.A casa,feito morena encabulada,perseguiu-me um bom tempo pelo espelho retrovisor.
Bee Gees, no CD, aconselhavam-me à ser feliz.
Obediente...Segui meu caminho.
Joel Gomes Teixeira