O suplício das filas.

   Quem já ficou em uma fila? Não importa qual seja o tamanho dela, no mínimo uns quinze intermináveis minutos?

   Imagino que muitos, e, porquê não dizer todos os que lerem essa crônica tenham respondido a si mesmos com um caloroso sim. Geralmente, nós, pobres mas dignos Brasileiros; viveremos parte das nossas vidas em uma fila pagando contas. Sejam as filas pequenas ou grandes,  sejam elas em bancos, casas lotéricas, supermercados, filas de hospitais, enfim, filas. Eu, como a maioria dos senhores leitores, particularmente detesto filas, na verdade, elas nem deveriam existir. Em meu mundo imaginário de fantasias loucas, as filas não existem, tudo quanto você precisar fazer, a tecnologia o permitirá sem o suplício das filas. No entanto, esse meu mundo fictício, ainda não existe aqui no Brasil, talvez em algum desses países de primeiro mundo, onde resida pessoas podres de ricas, exista esse mundo sem filas, mas, entre nós, pobre mortais, está longe de se realizar tal maravilha.

   Um dia desses, dia com potencial de se tornar perfeito, com o sol brilhando com toda a sua intensidade; lembrei-me de algo terrível… " Contas a pagar!". E, por isso, aquele meu dia potencialmente perfeito, foi rapidamente desfeito, haja visto que, eu sacrificaria maravilhosas horas da minha vida em uma fila tenebrosa e interminável na lotérica perto da minha casa. Para ser preciso, era uma quarta-feira, quase perfeita; mas lá estava eu, este simples mortal, estático em uma gigantesca fila que não parecia se mover um milímetro. Na minha fértil e descontrolada imaginação, mil coisas se passavam a respeito do que se acontecia a frente. Algo mais ou menos do tipo: Atendentes lerdas e novatas, pessoas enroladas com uma infinidade de papéis, pessoas idosas e com dificuldades, e outras mais conversando e desatentas com celulares grudados na face. Dei uma rápida olhada, na tentativa de se ver o que se passava mais a frente, mas era impossível ver alguma coisa.

   De repente, as horas voaram, e a manhã bonita, ensolarada e quase perfeita se foi, converteu-se em um dia chuvoso e frio, a minha sensação era de ter ficado ali o dia todo. Os meus pés doíam, a coluna estava latejando, tudo doendo; faltava apenas duas pessoas para que chegasse a minha vez. Fiquei eufórico, ansioso, e depois de meia hora esperando por duas pessoas; quando lá pelas tantas, finalmente cheguei na frente da atendente, que, a propósito, era uma jovem, novata… E adivinhem caríssimos leitores… Ela atendeu-me em questão de minutos, e rapidamente me vi livre daquele lugar horrendo. Voltei para casa debaixo de chuva, sem entender o porquê as filas travam antes da gente, mas quando somos atendidos, não demora nem um minuto. Fazer o que meus amigos… São coisas da vida.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 14/07/2017
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