Apertos
E, de súbito, parece que alguém passou o seu perfume bem embaixo do meu nariz e eu não consigo mais me concentrar. Pego o telefone, penso em mandar uma mensagem e confiro a última vez que esteve on line. Sei que não devia deixar tantas pistas, mas meu jeito de lembrar de nós dois e te mandar uma carinha piscando já está catalogado no seu coração como atividade normal na minha vida.
É o efeito do amor no corpo. Álcool no sangue não faria o mesmo. Detenho meus dedos, olho feio para saudade e digo que logo estaremos juntos. Saudade é surda. Muda. Cega e burra. Se pelo menos o seu perfume fosse embora, mas não. Ainda que eu sinta um bilhão de outros cheiros, o seu sempre vai se destacar. Parabéns à Saudade. Aprendeu direitinho como me apertar.