EU NO CONFLITO ISRAEL X PALESTINA

Hoje minha oração é pedir por aqueles que serão assassinados brutalmente amanhã: Senhor, Deus dos exércitos, desapareça junto dos opressores.

Aprendi a lição da História “se quer fazer a revolução comece lavando os pratos” – ou seja, devo olhar para dentro de mim, para meus erros e acertos se quero seguir no propósito. No entanto o mundo não é mais aquele herdado do velho testamento. As fábulas e lendas não confortam os anseios da minha alma. O conflito real entre israelenses e palestinos está na mídia mais uma vez.

O eminente ataque de Israel fará milhares de vitimas, assistiremos on line o massacre em Gaza. A história se confunde com a fábula e acreditamos que o rei David era um menino franzino quando derrotou o gigante Golias, o filisteu, com pedra atirada de uma funda. A inversão na realidade é proporcional quando vemos crianças de toda a palestina atirando pedras contra tanques blindados durante conflitos, intifadas. Preferimos a imagem de um Abrão peregrino perambulando, pobre entre babilônios sanguinários, fugindo de Ur à caminho, e em busca, de uma “terra prometida”. O que movera Abrão foi sua fé, o que move a mim também.

Eu creio que Jesus é o Cristo, que o Cristo é o verbo encarnado. A passagem do homem Jesus de Belém, Jesus de Nazaré, Jesus de Jerusalém pela Terra na História fez a verdadeira REVOLUÇÃO. Renovou as leis da ordem antiga e instaurou o amor como lei maior entre os homens – não apenas o amor ao próximo, O AMOR AO INIMIGO!

A fé, parece, pode mesmo mover montanhas.

O que pode a fé cega? Pode justificar a conquista dos territórios palestinos em nome de um tratado, assinado entre hebreus e Jeová, supostamente escrito em tábuas de pedra caídas do céu no monte Sinai.

A fé pode levar-me aos pratos sujos na minha cozinha, também à reflexão e, eventualmente, às lágrimas diante da televisão ao ver o triste anuncio da investida israelense nos territórios, já ocupados, na faixa de Gaza.

Não adianta desligar a tv ou parar de ler esse texto. Todos nós já ouvimos essa história. Somos herdeiros, em alguma medida, da cultura judaico-palestina “tão distante de nós”, quanto somos herdeiros da tradição dos antigos dórios, aqueus e jônios – povos que deram origem aos GREGOS “inventores” da democracia e da filosofia.

Da mesma forma que eu não sou palestino nem judeu, também não sou filho de santo em terreiro de candomblé. Mas, trago a alma vestida das cores que alegram meus irmãos em suas respectivas crenças. Tenho amigos que me respeitam em todas as religiões e eu os admiro – não apenas por sua fé que lhes dá força para “lavar seus pratos todos os dias e seguir em frente” – Eu os admiro porque desejam ver o mundo, senão justo, longe de ações terroristas justificadas em testamentos insanos.

Não existe alívio para a consciência, escrever aqui é o melhor que posso. Minto, vou lavar os pratos...

*

*

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 13/07/2017
Código do texto: T6053141
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.