Nó
Está aí uma palavrinha pequena, simples, de fácil leitura e escrita, porém este vernáculo, monossílabo tônico e oxítono, sugere inúmeras interpretações sendo polivalente.
Na minha infância, e lá se vão alguns tantos anos, ouvia mamãe dizer, enfaticamente, que fulano morreu porque deu nó nas tripas, só depois de crescida pude entender ao que ela se referia; sendo que na sua ingenuidade de época e longe de informações catedráticas, cria que um problema intestinal de cólica (colite,volvo,etc), seria o famigerado e longuíssimo intestino dando um nó no pobre coitado do indivíduo. Já papai se referia a pessoa enrolada e trambiqueira como aquele nó cego. Ainda nesta época de ouro, via muitas pessoas estalando os dedos e tentava em vão imitar, puro fracasso, pois minhas mãos pequenas e sem força, não resultava em estalar os dedos, mas de ficar com as articulações doendo e lá vinha a ladainha, que o nó dos dedos era fraco para tanto. Pura frustração.
Por vezes o nó não é fácil de encontrar e dá um trabalho daqueles, sei por experiência própria, pois deparei-me em busca deste na escola, nas disciplinas de matemática e física, e digo, não foi muito agradável, haja vista, não ser uma boa aluna de exatas, pois logo no primeiro exame ginasial (atual ensino fundamental), já recebi uma nota vermelha logo de cara, pois não encontrei o nó no exercício proposto. Isto gera traumas.
Se por um lado o nó não é fácil de localizar, por outro lado observando a expressão facial de algumas pessoas num velório, pode - se perceber o quão difícil é lidar com as emoções aterradoras quando perde-se um ente querido ou um dileto amigo, nem sempre saí o choro, fica represado, instala-se a aparente calma, mas o coração deixa transparecer o sofrimento naquele nó na garganta.
O nó está em todos os lugares e em todas as áreas do conhecimento humano, seja na botânica - no caule e galhos das plantas - ou no popular enlace matrimonial, quando na verdade ata-se um nó com outrem, pois difícil desatar, e até casos que o nó desfeito gera morte. Assustador.
Mas o que mais está em moda mesmo são aqueles cidadãos espertos, cheios de malícia e ginga brasileira, que conseguem dar nó em pingo da água. Não é à toa que a Disney criou o Zé Carioca, personagem emblemático e que diz muito deste tipo de indivíduo.
Enfim, aqui e acolá, sempre há um nó a nos atormentar, seja no cadarço do sapato ou na linguagem que nossos políticos entendem bem, não dar nó sem ponta.
Gostei deste texto, apesar de me dar um nó no raciocínio valeu a pena escrever.
Na minha infância, e lá se vão alguns tantos anos, ouvia mamãe dizer, enfaticamente, que fulano morreu porque deu nó nas tripas, só depois de crescida pude entender ao que ela se referia; sendo que na sua ingenuidade de época e longe de informações catedráticas, cria que um problema intestinal de cólica (colite,volvo,etc), seria o famigerado e longuíssimo intestino dando um nó no pobre coitado do indivíduo. Já papai se referia a pessoa enrolada e trambiqueira como aquele nó cego. Ainda nesta época de ouro, via muitas pessoas estalando os dedos e tentava em vão imitar, puro fracasso, pois minhas mãos pequenas e sem força, não resultava em estalar os dedos, mas de ficar com as articulações doendo e lá vinha a ladainha, que o nó dos dedos era fraco para tanto. Pura frustração.
Por vezes o nó não é fácil de encontrar e dá um trabalho daqueles, sei por experiência própria, pois deparei-me em busca deste na escola, nas disciplinas de matemática e física, e digo, não foi muito agradável, haja vista, não ser uma boa aluna de exatas, pois logo no primeiro exame ginasial (atual ensino fundamental), já recebi uma nota vermelha logo de cara, pois não encontrei o nó no exercício proposto. Isto gera traumas.
Se por um lado o nó não é fácil de localizar, por outro lado observando a expressão facial de algumas pessoas num velório, pode - se perceber o quão difícil é lidar com as emoções aterradoras quando perde-se um ente querido ou um dileto amigo, nem sempre saí o choro, fica represado, instala-se a aparente calma, mas o coração deixa transparecer o sofrimento naquele nó na garganta.
O nó está em todos os lugares e em todas as áreas do conhecimento humano, seja na botânica - no caule e galhos das plantas - ou no popular enlace matrimonial, quando na verdade ata-se um nó com outrem, pois difícil desatar, e até casos que o nó desfeito gera morte. Assustador.
Mas o que mais está em moda mesmo são aqueles cidadãos espertos, cheios de malícia e ginga brasileira, que conseguem dar nó em pingo da água. Não é à toa que a Disney criou o Zé Carioca, personagem emblemático e que diz muito deste tipo de indivíduo.
Enfim, aqui e acolá, sempre há um nó a nos atormentar, seja no cadarço do sapato ou na linguagem que nossos políticos entendem bem, não dar nó sem ponta.
Gostei deste texto, apesar de me dar um nó no raciocínio valeu a pena escrever.
Aqui registro uma participação divertida bem ao estilo do escritor
Trovador das Alterosas
Trovador das Alterosas
Dei um nó na corredeira
Deixei dez anos amarrada.
Quando desfiz a malvadeza
Vila Rica foi dizimada.
Deixei dez anos amarrada.
Quando desfiz a malvadeza
Vila Rica foi dizimada.
Agradeço a todos pelas leituras, participações, citações e apontamentos feitos no texto, pois acabei por aprender muito mais sobre Nó com os comentários aqui postados.