ERA UMA VEZ UM GRANDE PAÍS

Era uma vez um grande país, deitado eternamente em berço esplêndido. Habitado por um povo simples e pacífico, a paz era com eles. Até que um dia vieram seres numa canoa gigante, com estranhas vestimentas de pano e tacapes que vomitavam fogo. Tinham costumes estranhos e adoravam a um deus invisível. Logo se apoderaram de tudo, e os obrigaram a servi-los, como se deuses fossem.

Como sempre acontece no encontro entre duas civilizações, a mais culta sempre predomina, e, não raro, extermina aquela que encontra sem dó nem piedade.

Passados mais de quinhentos anos, a cultura indígena e os seus componentes, em número cada vez menor, encontram-se confinados em locais cada vez mais distantes, e seus costumes em estado de declínio.

Suas terras foram tomadas, suas florestas derrubadas e seus rios contaminados. Não está muito longe o dia em que o último índio desaparecerá, e as florestas, sem seus cuidadores, de tão exploradas se tornarão num grande e aterrador deserto.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 11/07/2017
Reeditado em 24/11/2018
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