O Menino Cego
Encontro um menino cego pelas ruas de Napoli. - Ele me pediu ajuda, mas não quis ajudá-lo e ele, foi atropelado por um ônibus, que vinha de Toscana.
Na verdade, eu tinha recebido o seu convite de casamento. - Você estava se casando com aquele filho da puta do Henrique. - E por toda depressão que passei, nunca me passou pela cabeça essa possibilidade.
Pensei na Isabelly e pensei no seu filho com ele. - Me dopei, antes de pegar o voo para São Paulo. - Cheguei no dia certo do seu casamento, foi num sábado no Terço Bizantino, em Santo Amaro.
Seu namorado, estava gordo, de terno preto e cabeça raspada parecendo um Holligan nazista.
Já você, estava linda. - Bata de rosas, franjas de cores negras e um rosto angelical. - Bem diferente da última vez que te vi.
Eu não impedi sua felicidade e não dei um fim no casamento, quando o padre falou.
Mas depois que, vi você beijando o seu namorado, corri. - E peguei o ônibus para Estação Sé. - De lá, fiz baldeação para Linha-Verde e parei na Consolação.
Fiquei sentado no banco do cemitério até às 22:00 daquela quarta-feira. - Uma menina me levou para casa dela, tomei um café e peguei meu caminho. - De lá para a Zona Leste é longe!
Cheguei em casa, minha mãe fez o almoço. - E depois, dormi um pouco.
Naquela madrugada, me senti voar, me senti um anjo voando em direção ao infinito... - Peguei um punhal e enfiei contra meu peito.
Não queria morrer, mas a dor me obrigou a isso.
Foi um ano para eu aceitar a luz. - Pois, atormentei a minha mulher amada para me sentir em paz.
Só aceitei a luz, porque vi aquele menino cego vindo como um anjo triste perto de mim:
- Você é uma pessoa boa... Vem comigo! Pare de resistir contra si mesmo e se machucar.
Voei sem pensar em nada. - Mas hoje, estou olhando por ela e, me sentindo feliz por ela estar bem.
Mas a minha deficiência se sente inferior aos outros do céu e se pergunta porque eu tive de nascer assim.