Sono
Sono? Onde andas tu? Acordo às duas da manhã, tossindo feito uma maluca, soando até a alma, se é que alma transpira. A baixa umidade e o calor deixam a garganta com sensação de Deserto, embora nunca estive em um, porém imagino que seja esta sensação. Entro no fac., ninguém, todos dormem, por aqui todos roncam, exceto eu, volto para o quarto, lembro dos pombos, seria bom poder ir à praça e dar milho aos pombos. Eles também dormem. Será que roncam? Porquê quando a gente perde o sono, as pessoas da casa parecem que para fazer inveja dormem profundamente? Tento meditar, não sei meditar, sabem o porquê? Começo a falar com meus botões. Não é bem uma conversa, é um monólogo, eu falo e eles me ouvem silenciosamente, e aí deles se discordarem de mim. Fecho a cara e não falo mais com eles, os botões. Tento entrar na porta do Universo, segundo teoria de um aluno de minha sala, o Universo possui uma porta em espiral que a gente pode entrar. Tentei, juro que tentei, mas entro em crise existencial, começo a dialogar com Deus, sim, Ele mesmo e pergunto o porquê de tantas diferenças sociais, quantas desordens. Digo de mim para mim, não é hora de ficar perturbando o Papai do céu, Ele merece descanso. Será que Ele, o papai do céu ronca de vez em quando? Se Ele, Deus tirar uma bonequinha, bem, daí já é demais, é pessoal, provocação. Há pessoas que ostentam, dormem de causar inveja, e não me venham como esta história de inveja branca, é inveja mesmo, desta de invejar, invejando. Já que não durmo venho escrever. Ufa, se pelo menos se de dia dormisse...