DESPERTANDO

DESPERTANDO

Na mesa cercada de cadeiras vazias e sem vida, o pão amanhecido dorme na cesta, a manteiga repousa sua fluidez na embalagem fechada, o açúcar nada em formigas, o adoçante disfarçado de açúcar pousa de saudável, a xicara fria aguarda um pouco de doçura e calor, a faca só quer desvirginar o pão passando manteiga em sua intimidade, a água excitada para penetrar pelo pó de café que repousa no papel. A tudo assiste, um jornal, cheio de novidades de ontem e um homem sem novidades.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/07/2017
Reeditado em 01/07/2017
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