Como um rio que corre para o norte
Que proveito nos trouxe o orgulho? Que vantagem nos trouxe a riqueza, unida a arrogância? Tudo isso passou como uma sombra, como uma notícia que corre veloz, como navio que cortas as ondas agitas sem deixar rastro de sua passagem. Ou como um pássaro que voa pelos ares sem deixar sinal do seu percurso: a leveza do ar é açoitada pelas asas barulhentas e rasgadas com forças impetuosa, enquanto ele abre caminho com o bater das mesmas asas, sem que se encontre sinal algum de sua rota. Ou como a flecha dispara contra o alvo: o ar fendido logo reflui sobre si mesmo, não se sabendo mais por onde ela passou. Assim também nós, mal nascemos, já desaparecemos, sem conseguimos mostrar qualquer virtude, e na malícia nos deixamos consumir. De fato, a esperança do ímpio é como penugem levada pelo vendo, como espuma frágil que a tempestade espalha; ela se dissipa como fumaça ao vento, apaga-se como lembrança do hóspede de um dia!