As crianças que somamos ou ACDC
Trata-se de questão não muito simples de ser analisada ou discutida. Sabemos disso. Mas sob o ponto de vista de um "link" mais profundo com a nossa vida social adulta, talvez possamos admitir que uma criança de 1,3 anos, quase dois, não tem o menor comprometimento com Jesus e nem com Deus. Logicamente isso seria logo refutado pela intransigência religiosa sob o possível argumento de que Jesus e Deus são quem teriam comprometimento com a criança e não o contrário.
Antes de mais nada, precisamos dizer que o nosso raciocínio não nos habilita ao sacrilégio, para muitos, de dizer que Jesus e Deus são divindades que não existem. Não precisamos reivindicar esse direito e nem é nossa intenção afrontar quem quer que seja. Mas, na verdade, é como se não existissem para crianças de 1,3 ou dois anos.
Existem para seus pais, as igrejas e a sociedade em geral. Que pouco a pouco vão transformando, da forma mais inapropriada possível, aqueles pequenos seres inteiramente puros em integrantes de um conjunto populacional sujeito a um convencionalismo e condicionamento social que eles terão de suportar depois de adultos. E até o fim.
Só para efeito de um raciocínio linear tipo causa-e-efeito, se tudo o que aprendemos no campo religioso depois que viemos ao mundo não existisse, se não existisse essa nossa “história” para que depois a transmitíssemos aos nossos filhos, alguma coisa diferente teria que ser concebida. Mas toda a nossa fé, crendices, superstições ou religiosidades, do jeito que hoje as conhecemos, não fariam o menor sentido. Como não devem ter feito para as comunidades tribais, os povos bárbaros e sociedades, desenvolvidas ou não, que existiram antes do advento da Era Cristã. Sem negligenciarmos o fato de que o período correspondente a AC é bem maior que o relativo a DC.
Maceió, 15/06/2017