Procura-se

Dizem que a imaginação é a memória que enlouqueceu. Com esse aval, em busca da coerência com o que é correto, surge a procura da Ética, tão bem imaginada, em alinhamento com valores fundamentais, como honestidade, dignidade, capacidade de viver com respeito e com responsabilidade. Onde ela está?

Ética é a ciência da moral que garante a conduta das pessoas de caráter, com sangue nas veias, com persistência e vontade de ferro. Não precisa de normas da Constituição. O princípio do dever está gravado na consciência, pintado no rosto de cada ser humano que não tem o menor motivo de corar de vergonha. Ela é o escudo de quem sabe se dar o respeito e sabe respeitar o outro. Coleciona o melhor do mundo, que é a honra, o amor, a busca da verdade, porém está difícil deparar-se com ela.

A imaginação não desiste da ideia de encontrar a Ética que insiste em desaparecer, decepcionada com a solidão de prisioneiros desrespeitados, de crianças famintas e nuas, de famílias sem teto, de pessoas desamparadas que se entregam a vícios que degradam a condição humana. Ela foge como um vento forte que, em forte lufada, apaga a consciência social.

A imaginação confessa sua decepção. Não consegue mais ver os valores que deveriam nortear o comportamento humano. Estão desfigurados em condutas lamentáveis, em argumentos que chegam às raias do absurdo, em justificativas que se prestam apenas para validar interesses pessoais, como pragas traiçoeiras que anuviam a sociedade.

No entanto, ainda há uma memória enlouquecida que imagina que encontrará a Ética e acredita que sem ela não há solução. Ela merece cuidadosa procura, pois quem a encontra torna-se pessoa corajosa, fala e age de acordo com princípios morais, nobres ideias, com o que é realmente certo e não com o que alguns dizem ser correto. O melhor é optar pelo bem, pelo que é do bem e por quem é do bem.