Meu adorável Bob.
Domingo de manhã, dia frio, silêncio quase absoluto, apenas um quase silêncio, se não fosse pelo cachorro no quintal. Neste fim de semana resolvi sair um pouco, estou no final das minhas férias e decidi aproveitar esse finalzinho de descanso na casa da minha mãe que fica na cidade vizinha a minha. Cidade essa, que é justamente a cidade onde trabalho, mas tudo bem, não era bem o que eu havia planejando, mas como meus recursos financeiros estão escassos a melhor opção foi a casa da mãe. O lugar onde ela mora é bem tranquilo, no estilo do interior, poucos carros, poucas buzinas, pouco movimento, apenas o cachorro barulhento, mas nada como um bom pedaço de pão para acalmá-lo, é isso mesmo que eu disse, ele adora pão. O nome do cachorro é bob, quanto a raça dele queiram me perdoar mas não sei qual é, não entendo nada de raças, sei apenas que além de barulhento o bob é um cachorro com gostos pra lá de esquisitos, entretanto, é um animal dócil que gosta se enfiar no meio das nossas pernas, gosta de um carinho. Pois bem, nesta manhã o bob resolveu fazer um pouco mais de barulho do que o normal, acabei por acordar primeiro que todos na casa.
Eu gosto quando venho na casa de meus pais, me sinto bem, a casa dos pais é uma espécie de refúgio. Os domingos na casa de meus pais são sempre movimentados, o tradicional almoço de domingo é uma verdadeira confraternização entre a família. Aos poucos, um e outro desperta, aos poucos os latidos do bob desaparecem no meio da barulheira, todos conversando ao mesmo tempo, falando alto. Minha família são de mineiros, imagine os senhores, quem conhece mineiros bem sabem que por natureza não sabemos falar baixo, por isso, os domingo são tão barulhentos, cheio de risadas, uma verdadeira alegria.
Mas voltemos a nossa conversa de início, no momento em que despertei. Lá estava o bob, com seu olhar pedinte, o rabo a balançar de um lado para o outro demonstrando a alegria por ver-me, ao aproximar-se de mim ele enfiou a cabeça entre minhas pernas esperando afago e carinho em seu pelo macio. Não o nego, como também lhe presenteio com um bom pedaço de pão, enquanto ele não ganha o seu pedaço de pão ele não sossega. Outra coisa muito particular desse amável animal, que eu em particular não compreendo, mas acho maravilhoso, é que, a minha filha, uma garotinha de seis anos, criança alegre e cheia de vida, porém, com um medo terrível de cachorro, todavia, o bob é o único cachorro que ela não tem medo. Outra coisa notável e de grande admiração, é que a minha filha tem asma e consequentemente uma alergia muito forte a pelos de animais, e mais uma vez o bob nos surpreende, por ser o único animal em que os pelos não provocam a alergia da minha filha. É bonito vê-la brincar com o bob, ela que gosta tanto de cachorro e não pode ter um, se diverte com esse espetacular animal.
O domingo segue seu curso de normalidade, ajuntamento de parentes, almoço movimentado, barulheira costumeira, risadas e piadas, crianças a correr pelo quintal. O sol aos poucos começa a esquentar, e daqui a poucos minutos a casa da minha mãe vai estar cheia de gente, se comunicar será quase um prodígio. Vou ficando por aqui, desejando a todos um adorável domingo.