UMA ESQUINA...UMA CASA!
Diário de minhas andanças
03/06/2011
"... Uma esquina que seria insossa,fria,não fosse a luminosidade brotando da casa amarela,rendada de lambrequins azuis."
Aquelas janelas perfiladas ,alcoviteiras, fuchicam segredos ao por do sol.
Falam de pomares, de chuvas mansinhas, de amores, de flores, de linhas de trens...
Da ponte de ferro, dos uivos de lôbos, de céus de abandono
[Quando chega o outono]
De ternos junquilhos, das leiras de milho, de uvas e vinho, riacho e moínho.
Das rosas de maio, das mãos de Luíza de finos cambitos fazendo farinha no meio do rio.
Dum tempo de padres, de freiras e missas, dourada capela no terceiro andar.
De um seminário, entre as araucárias, vitrais, luminárias, solenes corais...
De manhãs de domingo, trajes de linho, manjericão e um terno cheirinho de macarrão...
De rodas sulcando estradas de chão, ecos de ferraria fazendo canção.
Feito meu relatório, sem destinatário, dou-me por satisfeito guardando o rascunho no arquivo do peito.
[E um sol agasalha atrás das colinas as sutis confidências do casarão]
Pois que nos conhecemos,lá se vai tanto tempo...
Eu era pirralho,você já existia, robusto, imponente, olhando em frente...
Cresci,envelheci, e hoje lhe encaro com grande alegria, aprisionando-lhe as formas numa fotografia.
Joel Gomes Teixeira
fotos do autor:
Vivenda Dona Mariquinha - Riozinho - Irati PR
Texto reeditado.
Preservados os comentários ao texto anterior;
12/06/2011 20:47 - Memórias de uma abelhinha de Irati
boa noite joel estou de novo relendo e revendo a casa da tia mariquinha... voce não pode imaginar a saudade que sinto pois embora não fosse parente dela era assim que ouvia o miguel pessoa dizer; ele sim era sobrinho dela a familia pessoa foi muito marcante em minha adolecencia pois foi na farmacia pessoa o meu primeiro emprego aos 16 anos sai de lá com o fechamento da farmacia pela morte do seu joão pessoa numa tarde de domingo,triste domingo estavamos de plantão e de repente alguem veio correndo avisar:o seu joão morreu sai da farmacia com uma bagagem enorme de lembranças e uma delas é a casa da tia mariquinha ou o casarão amarelo da esquina um ótimo inicio de semana abraços da conterranea
10/06/2011 06:49 - Maria Olimpia Alves de Melo
Minha casa em Arantina ficava em uma esquina, nem de longe tão bela quanto essa da foto, mas em minha lembrança, um palácio tão nobre nunca existiu.
05/06/2011 22:57 - Lisyt
A sensibilidade do poeta, com a beleza de seu texto, imortaliza a luminosa casa amarela. Parabéns!
04/06/2011 21:35 - Lilian Reinhardt
Linda! Uma canção luminosa, carregando entre as rendas de lambrequins os passos do tempo e suas floradas nas janelas da alma de seu poeta, linda demais essa casa/amarela - de Luz - sob as araucárias poeta a alma diz de nosso céu! Parabéns!
04/06/2011 18:03 - YARA FRANÇA
prosa linda com rimas, lembranças, aula de arquitetura. amei.
04/06/2011 12:31 - Hanid
Você em sua página me fez voltar a décadas passadas, no casarão onde nasci, e ainda continua firme embelezando a esquina da Rua Vitor Konder ,1 em Florianópolis. É o único casarão que sobrou, pois graças a um apelo de um sobrinho neto, foi tombado. Tem uma foto, que enviei ao Recanto das letras, que poderá ser visto, quando desejarem. Abraços e obrigada pelo comentário no meu texto: O VENTO FORTE.
04/06/2011 09:30 - Sô Lalá
Bom dia Iratiense, essas lembranças reporta-me a infancia. Agora mesmo no imaginário vejo a casa paterna na esquina da rua da cidade que me viu nascer. Um abraço. Lalá.
04/06/2011 08:57 - Sunny L (Sonia Sancio Landrith)
A cada dia melhor. A casa amarela lembra o casarão onde minha mãe mora até hoje, nas montanhas do meu Estado. Lindo demais, Joel. Boas lembranças alimentam alegria interior. Amei! Bom sábado, um abraço da amiga Sunny
04/06/2011 01:08 - tania orsi vargas
Finalmente aporto por estas bandas. E fui te encontrar na capa, olhando as crÕnicas publicadas. Melhor assim... e esta fotografia revela tanto, apesar de que o que você escreve continua sendo o que realmente encanta, pois nas tuas palavras e descrições de tudo a imaginação se vai pelos mundos de dentro, a gente viaja e como você nos fala com tamanha poesia das tuas paisagens. E esta frase com a marca da tua sensiblidade poética me faz o melhor dos arremates. "O sol agasalha atrás das colinas as sutis confidências do casarão." Muito lindo, Joel, parabéns pela nova face nas publicações. Abraços!
03/06/2011 23:18 - CONCEIÇÃO GOMES
Casas que guardam historias...Que bom que ainda existem e resistem ao tempo.
Diário de minhas andanças
03/06/2011
"... Uma esquina que seria insossa,fria,não fosse a luminosidade brotando da casa amarela,rendada de lambrequins azuis."
Aquelas janelas perfiladas ,alcoviteiras, fuchicam segredos ao por do sol.
Falam de pomares, de chuvas mansinhas, de amores, de flores, de linhas de trens...
Da ponte de ferro, dos uivos de lôbos, de céus de abandono
[Quando chega o outono]
De ternos junquilhos, das leiras de milho, de uvas e vinho, riacho e moínho.
Das rosas de maio, das mãos de Luíza de finos cambitos fazendo farinha no meio do rio.
Dum tempo de padres, de freiras e missas, dourada capela no terceiro andar.
De um seminário, entre as araucárias, vitrais, luminárias, solenes corais...
De manhãs de domingo, trajes de linho, manjericão e um terno cheirinho de macarrão...
De rodas sulcando estradas de chão, ecos de ferraria fazendo canção.
Feito meu relatório, sem destinatário, dou-me por satisfeito guardando o rascunho no arquivo do peito.
[E um sol agasalha atrás das colinas as sutis confidências do casarão]
Pois que nos conhecemos,lá se vai tanto tempo...
Eu era pirralho,você já existia, robusto, imponente, olhando em frente...
Cresci,envelheci, e hoje lhe encaro com grande alegria, aprisionando-lhe as formas numa fotografia.
Joel Gomes Teixeira
fotos do autor:
Vivenda Dona Mariquinha - Riozinho - Irati PR
Texto reeditado.
Preservados os comentários ao texto anterior;
12/06/2011 20:47 - Memórias de uma abelhinha de Irati
boa noite joel estou de novo relendo e revendo a casa da tia mariquinha... voce não pode imaginar a saudade que sinto pois embora não fosse parente dela era assim que ouvia o miguel pessoa dizer; ele sim era sobrinho dela a familia pessoa foi muito marcante em minha adolecencia pois foi na farmacia pessoa o meu primeiro emprego aos 16 anos sai de lá com o fechamento da farmacia pela morte do seu joão pessoa numa tarde de domingo,triste domingo estavamos de plantão e de repente alguem veio correndo avisar:o seu joão morreu sai da farmacia com uma bagagem enorme de lembranças e uma delas é a casa da tia mariquinha ou o casarão amarelo da esquina um ótimo inicio de semana abraços da conterranea
10/06/2011 06:49 - Maria Olimpia Alves de Melo
Minha casa em Arantina ficava em uma esquina, nem de longe tão bela quanto essa da foto, mas em minha lembrança, um palácio tão nobre nunca existiu.
05/06/2011 22:57 - Lisyt
A sensibilidade do poeta, com a beleza de seu texto, imortaliza a luminosa casa amarela. Parabéns!
04/06/2011 21:35 - Lilian Reinhardt
Linda! Uma canção luminosa, carregando entre as rendas de lambrequins os passos do tempo e suas floradas nas janelas da alma de seu poeta, linda demais essa casa/amarela - de Luz - sob as araucárias poeta a alma diz de nosso céu! Parabéns!
04/06/2011 18:03 - YARA FRANÇA
prosa linda com rimas, lembranças, aula de arquitetura. amei.
04/06/2011 12:31 - Hanid
Você em sua página me fez voltar a décadas passadas, no casarão onde nasci, e ainda continua firme embelezando a esquina da Rua Vitor Konder ,1 em Florianópolis. É o único casarão que sobrou, pois graças a um apelo de um sobrinho neto, foi tombado. Tem uma foto, que enviei ao Recanto das letras, que poderá ser visto, quando desejarem. Abraços e obrigada pelo comentário no meu texto: O VENTO FORTE.
04/06/2011 09:30 - Sô Lalá
Bom dia Iratiense, essas lembranças reporta-me a infancia. Agora mesmo no imaginário vejo a casa paterna na esquina da rua da cidade que me viu nascer. Um abraço. Lalá.
04/06/2011 08:57 - Sunny L (Sonia Sancio Landrith)
A cada dia melhor. A casa amarela lembra o casarão onde minha mãe mora até hoje, nas montanhas do meu Estado. Lindo demais, Joel. Boas lembranças alimentam alegria interior. Amei! Bom sábado, um abraço da amiga Sunny
04/06/2011 01:08 - tania orsi vargas
Finalmente aporto por estas bandas. E fui te encontrar na capa, olhando as crÕnicas publicadas. Melhor assim... e esta fotografia revela tanto, apesar de que o que você escreve continua sendo o que realmente encanta, pois nas tuas palavras e descrições de tudo a imaginação se vai pelos mundos de dentro, a gente viaja e como você nos fala com tamanha poesia das tuas paisagens. E esta frase com a marca da tua sensiblidade poética me faz o melhor dos arremates. "O sol agasalha atrás das colinas as sutis confidências do casarão." Muito lindo, Joel, parabéns pela nova face nas publicações. Abraços!
03/06/2011 23:18 - CONCEIÇÃO GOMES
Casas que guardam historias...Que bom que ainda existem e resistem ao tempo.