O Fazendeiro


Consultando seus amigos mas ouvindo sua consciência , o fazendeiro todo poderoso Sr. Américo D’Morte tomou a seguinte decisão :

Vou mostrar ao mundo, que apesar do que a bandidagem me fez, sou capaz de recuperar meu prestigio e ameaçar a todos com retaliações.

Proibiu aos fornecedores que vendessem sementes e adubos a qualquer fazendeiro que não lhe desse apoio integral. Isto garantia que morreria de fome animais e pessoas que não o apoiassem.

Mandou que seus capatazes revistassem e até prendessem suspeitos que por ventura adentrassem seus domínios. Pois , este era o grande diferencial entre ele e seu antigo inimigo o Sr. Russo.

Se encontrava o fazendeiro mais poderoso do mundo em um paradoxo terrível.

Como um ato tão simples praticado com suas próprias ferramentas poderia tê-lo deixado tão vulnerável.

Agir de que maneira? Pois, havia descoberto que ao contrário do que pensava, não era admirado mas, sim temido. Não era amado mas, visto como um mal necessário.

Se continuasse com sua política de retaliações e ameaças contribuiria para que outros B. L. surgissem e colocassem em risco o que ele julgava ser uma fortaleza.

Cruel era a duvida . Se não agisse seria considerado fracasso pelos seus filhos e jagunços. Mas, agir como? Se nem o verdadeiro inimigo era visível.

Tal duvida deixou o Sr. Américo imóvel. Consultando não mais seus amigos, pois já duvidava que eles existiam, mas sim sua consciência, que nós moradores de outras fazendas ou dependentes de suas atitudes, esperávamos ser de Amor e Caridade , pois só isso garantiria o verdadeiro Poder e a certeza de que o mundo não mais seria refém da inteligência e egoísmo de fazendeiros e jagunços que se julgam donos da verdade, usando o mal contra o mal e deixando de fazer o bem pelo bem.