Educação e Liberdade

Discutem muito no país o que é supérfluo e que só serve a uma minoria de privilegiados, mas nunca se debate e nem se tenta resolver o que é realmente importante e condição sine qua non para o futuro da nação: a Educação. Ela é sempre relegada a segundo plano, vítima de gambiarras e de faz de conta e hoje, até piorou, está entregue ao que há de mais despreparado e medíocre. Resultado: estamos entoando a marcha-regresso na Educação, em vez de educar a escola está alienando. Até Frota já apresentou pauta para a educação. Fim de linha.

Sempre recordo Paulo Freire: "Quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido é ser opressor". É isso que estão fazendo. Esquecerm, por completo, as lições do gande mestre. Trocaram Freire, por Mendoncinha, quem sabe com asessoria de Frota.

Por outro lado. trata-se a escola como uma empresa terceirizada colocando nela quem não é vocacionado para o ensino, paga-se um salário aviltante ao professor do ensino médio e, resultado, quem tem vocação procura outras carreiras, para a educação é sempr cooptado os menos vocacionados. Conclusão, a escola vira uma fábrica de semianalfabetos.

Asssim a escola sonhada pelo saudoso Professor Rubem Alves se torna um sonho, uma ilusão, ma ficção. Vamos recordar de como ele encarava o ensino e a escola:

"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Pássaros engaiolados o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm donos. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, iisso não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado". O professor deu um conselho de como ensinar música (mas pode ser qualquer matéria), uma aula de didática: "Se fosse ensinar música a uma criança a beleza da música não começava com as partituras, notas e pautas. Ouviriamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da musica, ela mesma pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhs pretas e as cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem que vir antes".

Será que Mendoncinha e sua equipe, inclusive o Frota que lhe indicou uma pauta, conhecem a obra de Paulo Freire e Rubem Alves?

Pobre Brasil, a educação está em frangalhos. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/06/2017
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