Precipitação

As vezes nos deparamos com circunstâncias inerentes a condição humana; a morte a maior de todas. Penso muito no dia do meus derradeiro pulsar e penso o que seria do meu nome e da minha memória. O corpo será pó, e a minha passagem? E meus amores? E ela?

Tenho medo de não ver o por do sol com a minha amada numa tarde qualquer da primavera, tanto embora prefira olhar as estrelas, longe da cidade no meio do nada. Queria poder pegar na mão macia de minha paixão e esqueçer de qualquer outra coisa como se nada no mundo tivesse mais valor. Assim pararia de fazer pedidos as estrelas cadentes, para que pudesse ta com ela apenas um dia.

Faço então aqui do auto da vida, da onde vejo e posso lembrar dos anos passados, que se eu morresse antes do findar desse dia de sol, de pouco teria importância tudo que eu construí, comprei ou acumulei ao longo dos anos, como dizem: Caixão não tem gavetas. Afinal de nada a vida nos sobra se não as lembranças que deixamos nas pessoas que nos amam.

E se ao invés de mim que morresse fosse minha amada, eu provavelmente nao pediria a morte que antecipasse a minha ida, mas caso minha existência se prolongasse, um infurtuno, inconformado iria abrir os guardados da minha alma pra á reviver na minha memória, tentando alegrar os dias que me resta com a lembranças.

Lembro de uma doce tarde que eu a vi entrando no ônibus da escola, quando eu estava na 7° série era a coisa mais linda do mundo. Hoje estou mais preoculpado com a possibilidade do resto dos meus dias sem ela, ao invés de estar preoculpado em terminar o colegial.