PRESSÁGIO ("Previsão para luta: Dor" (Rocky Balboa).

Aqui estou eu, um professor em meio a um sistema educacional que parece estar se desmoronando. Vejo o dia se aproximando, um dia em que, para fechar as notas bimestrais, terei que pedir permissão ao aluno. Parece absurdo, não é? Mas, como Mário Pereira Gomes disse uma vez, "As profecias são enigmáticas para que o sentido delas só seja descoberto depois que o vaticínio se cumprir."

Esta profecia, no entanto, já se tornou realidade. Os alunos, percebendo o poder que têm, trazem seus pais à escola, pais que não hesitam em fazer um escândalo para defender os interesses de seus filhos. Eles se articulam com a Secretaria de Educação e conquistam o direito de fazer o que quiserem. Como Albert Einstein sabiamente colocou, "É urgente eliminarmos da mente humana a ingênua suposição de que seja possível sairmos da grave crise em que estamos mergulhados, usando o mesmo pensamento que a produziu."

E assim, nós professores, pressionados por todos os lados, nos vemos obrigados a dar tantas chances quanto necessárias para resolver a situação de forma favorável a ambas as partes. "Por que decidiu pelo magistério, se suas notas são ótimas", me perguntam. "Os pais são a parte mais difícil do trabalho do professor", respondo.

Com ou sem lições, o aluno não sabe mais conquistar... só "ganhar no grito". E assim, justifica-se a existência do pré-conselho de classe para efetivar os arranjos de defesa: Reprovação zero. Erica Gaião disse uma vez que "Amar a si mesmo é o primeiro pressuposto do amor…", mas parece que os alunos esqueceram como conquistar esse amor.

Ao finalizar esta crônica, faço minhas as palavras de Fernando Pessoa: "Acontece-me às vezes, (...) um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de dominá-lo." Mas, como Alexandre Gramsci nos lembra, "Pessimismo no prognóstico é otimismo na ação." E assim, continuamos a tropeçar aqui e levantar ali, na esperança de que, um dia, as coisas possam mudar para melhor.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Crise do Sistema Educacional:

O texto apresenta uma visão crítica do sistema educacional atual, com ênfase na falta de autoridade do professor e no poder excessivo dos alunos e pais. Você concorda com essa visão? Por quê?

Quais fatores contribuem para a crise do sistema educacional brasileiro?

De que forma podemos superar essa crise e construir um sistema educacional mais justo e eficaz?

2. Poder dos Alunos e Pais:

O autor destaca o crescente poder dos alunos e pais na escola, que inclusive pressionam por mudanças nas regras e na avaliação. Qual a sua opinião sobre essa mudança de poder?

Quais as consequências positivas e negativas do aumento da participação dos pais e alunos na vida escolar?

Como encontrar um equilíbrio entre a autonomia dos alunos, o papel dos pais e a autoridade do professor?

3. Pressão por Resultados:

O texto menciona a pressão que os professores sofrem para alcançar bons resultados, mesmo que isso signifique ceder às demandas dos alunos e pais. Você já vivenciou essa pressão em seu ambiente escolar?

Como essa pressão por resultados afeta a qualidade do ensino e a autonomia do professor?

Quais medidas podem ser tomadas para reduzir a pressão sobre os professores e promover uma avaliação mais justa e eficaz do aprendizado?

4. Desmotivação e Cansaço:

O autor expressa seu cansaço e desmotivação com a situação da educação. Você se identifica com esse sentimento? Por quê?

Quais os desafios enfrentados pelos professores no dia a dia?

Como podemos combater a desmotivação dos professores e promover um ambiente de trabalho mais positivo e gratificante?

5. Esperança e Otimismo:

Apesar dos desafios, o autor termina o texto com uma mensagem de esperança e otimismo. Você acredita que é possível mudar a realidade da educação brasileira? Por quê?

Qual o papel do professor na construção de um futuro melhor para a educação?

Como podemos mobilizar a comunidade escolar, pais, alunos e governantes para trabalhar em conjunto pela melhoria da educação?

Reflexão Adicional:

O texto apresenta uma visão complexa e crítica da educação, convidando o leitor a refletir sobre os desafios e as possibilidades de mudança. Quais são seus principais pontos de reflexão após a leitura?

Que tipo de educação queremos para o futuro? Quais valores e habilidades devem ser priorizados na formação dos alunos?

Como podemos construir uma sociedade que valoriza a educação e o papel essencial do professor?