No trem
As baratas tinham o nosso tamanho. E se comportavam como nós. Conversavam entre si. Jogavam baratalho. O ambiente era escuro. Ao me avistarem, aproximaram-se com um certo cuidado. Fui cercado por uma meia dúzia delas. Não: elas eram maiores que nós... e se mantinham em pé sobre duas de suas seis pernas. Deus... Baratas humanóides! Como?
Todo o trem abarrotado delas! O local fedia a um blatário! KCT! Cé loko!
Blatting Bea(s)ts! They were BLASTING that fuckin' place!
Após aquele app-roach, e de me fitarem por uns cinco ou dez minutos (eu tava fora de mim; realmente baratinado!), afastaram-se e me apontaram o caminho para fora do trem. Calma e educadamente. A cena me impressionou um zilhão de vezes (1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000) a mais que aquela em que G. Samsa contempla, num canto da parede, sua irmã.
Enfim, uma Cena da Escritura Pós-Apocalíptica. E eu me sinto bem por ter deixado aquele começo de fim de mundo. Insígnia de uma distopia.