Meu Destino é Off Road

O Off Road hoje um esporte cada vez mais procurado, já foi para muitos necessidade de locomoção e acesso.

A pouco mais de 30 anos atrás o Brasil tinha importantes rodovias, mas quase nenhuma estrada vicinal pavimentada.Eu aprendi a dirigir no barro, não por esporte, mas pela necessidade.Morava no interior de Minas e fazia entrega de móveis nas outras cidadezinhas e fazendas da bela mais acidentada região em uma Pick Up Rural Willys.Muitas foram as noites que passei no volante para percorrer miseros 50 kms.As chamadas pontes, nada mais eram que dois troncos de arvores paralelos sobre um riacho de 5 metros de altura, onde uma escorregagem de pneus seria fatal.Um par de correntes era indispensável. Envolvidas nos pneus faziam a Rural virar um trator.

Minha missão naquela época era entregar móveis.Muitos casais dependiam deles para não terem que passar a noite de nupcias no chão encerado da nova casa.Foi assim que comecei uma história de amor e ódio com um 4x4.

Quando a gente chegava ao destino, ele era meu melhor amigo. Quando atolava ou quebrava, de tanto esforço eu o julgava como um traidor. O companheiro que não me ajudou a terminar a jornada.

Alguns anos depois, mudei de profissão e passei a andar mais no asfalto.Troquei a valente, mas lerda Rural pelo fragil, mas velox automovel do asfalto. Nas pavimentadas estradas, os 50 kms duravam menos de vinte minutos para serem percorridos.

Depois do asfalto, melhor ainda foi voar. O avião foi meu companheiro por alguns anos e milhares de milhas.Mas, quiz o destino me levar de volta para a terra, desta vez não por falta de estradas pavimentadas, mas para alcançar belezas naturais só acessiveis utilizando um 4x4.Não foi mais para fazer entrega de móveis, nem a região é a mesma.

Agora, a area de abrangencia chega a mais de 3.000 kms. Minha missão é levar turistas para conhecer praias e dunas de tirar o folego. Não dirijo mais uma lenta Rural, mas sim o maior sinonimo do Off Road - o lendario Land Rover.

Hoje, ao inves de móveis, levo os casais para a lua de mel.Muitos, já na terceira ou quarta idade e alguns já levam até os filhos (sinais dos tempos). Tenho que chegar, não importa a altura da maré ou o vento que deixou a duna fofa demais.Hoje meu amor pelo 4x4 já é mais maduro. Atolar, quebrar, faz parte da brincadeira.O ódio ficou para a hora de ouvir o orçamento pelo concerto. (J.Ruy)