O r a ç ã o

Não sou e nem nunca fui religioso, nem nunca senti falta de religião. Mas mesmo menino de calças curtas costumava sempre pensar na maravlha que é o universo. Gostava de ficar sozinho, à noite, sentado num tamborete no muro de casa olhando pro céu, extasiado com o brilho das estrelas e com a lua. Quando uma estrelinha se deslocava eu quase pulava de alegria do tamborete, alegre, e fazia um pedido (era o costume). Ali inebriado e impressionado com tanta beleza eu dizia pros meus botões: - Só Deus mesmo para inventar um mundão tão bonito! Era o que diziam, que Deus fez tudo. O interessante é que o menino nunca sentiu medo de Deus, mas quando ia fazer uma traquinagem costumava questionar: - Será que Deus vai me perdoar? Mas como sabia que Deus era bom, acreditava que apesar dele tomar nota da falta na sua caderneta ele ia perdoar. Era o começo da noção do qe era o pecado.

Já adolescente fui aprendendo a conversar com Deus, contando a ele meus pecados, falhas, defeitos e pedindo luz e paz. Nunca pedi nada impossível. Foi então que percebi que aquilo que fazia era uma oração. Mais: que para rezar a Deus não era preciso fazêlo em templos e nem com a inteferência de religiosos, nem seguindo dogmas, cartilhas ou manual.

Meu pai era comunista e, pasmem, espírita, fazia diariamente suas irradiações. Sempre nos falava da Força Superior, astral suerior e inferior, obsessões etc e coisa e tal. Minha mãe era muito religiosa, catolica, foi Filha de Maria, rezava muito. Não segui a religião de nenhu dos dois, mas aproveitei alguns princípios. E nunca me passou pela cabeça ser ateu.

Acho que adotei minha própria religião, e estou satisfeto com ela, viver com dignidade, ser solidário, não ser ambicioso e nem volento e amar a Deus. Todo dia converso com Deus, à minha maneira. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 08/06/2017
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