UMA COBRA CONTRA UM LUTADOR
 

Quando eu me apresentava no programa RINGUEDOZE, transmitido pelo canal 12 em Porto Alegre-RS eu só começava a luta quando ouvia o som do gongo, acionado pelo corpulento MARRETA. Ele se tornou famoso pelas suas atuações. O MARRETA tinha uma famosa geleteria e quando ele ia temperar os seus galetos com um molho previamente preparado - e os tinha escondido para não divulgar o seu raro tempero que havia inventado. Como eu era um dos frequentadores um dia perguntei onde ele havia comprado aquela enorme casca de cobra - sucuri ou giboia, que estava dependurado no seu estabelecimento... Então ele mesmo contava com uma voz calma e com uma seriedade que não deixava dúvidas do seu relato.
Bem... Eu estava num passeio no Amazonas e fui pescar com um caiaque e quando o barco ainda estava próximo a margem, surgiu esta cobra... e apontava o dedo para a casca ali adornada e ela por ser carnívora queria fazer uma refeição comigo e então nós começamos uma luta mortal ou era ela ou eu... Tive a sorte de que a cobra enroscou a sua parte trazeira em volta da ponta do barco e veio com aquela boca em minha direção, mas ficou menos ágil pela cauda estar presa... E foi neste momento que peguei a minha faca e apliquei vários golpes  mantando-a - estragando a sua  festa de almoço.
Foi uma luta entre um lutador e uma cobra e o lutador venceu e trouxe a sua a prova... quem sou eu para duvidar da sua façanha. Ficou mais um conto que passou para a história. In memoriam ao MARRETA. 

Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 08/06/2017
Reeditado em 27/01/2022
Código do texto: T6022003
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