Diário de uma jovem, página 4
Hoje eu sei o quanto a ausência e a frieza do meu pai, afetava meu desenvolvimento. Sempre me senti insegura e vulnerável na minha infância, tinha medo de tudo e todos.
Na verdade eu tinha que me sentir curiosa e surpresa com o mundo, as pessoas, mas não, de vez em quando desejava ter me tornado uma pessoa diferente. Houve uma época que quis mudar de escola, porque não estava mais aguentando as brincadeiras de mau gosto, meu pai dizia ser normal e eu tinha que enfrentar, porém era muito doloroso e complicado.
O que é brincar?
Brincar é uma atividade saudável, assim como de bem estar, no entanto o bem estar tem que estar presente não somente em quem prática, mas sim também em quem recebe a brincadeira.
Por isso muito cuidado com o quem fala ou faça, pois não sabemos da história de todos, assim como da suas emoções e gostos.
Aquela velha história que só foi somente uma brincadeira
Não tinha muitas roupas, nem dinheiro para comprar balas e chicletes, às vezes conseguia dois reais para comprar e comer um salgado delicioso, era a hora que mais esperava do intervalo.
Não tinha amigos, quando tinha trabalhos em grupo, a professora me encaixava em qualquer grupo, para não ficar sozinha, no fundo me sentia excluída e rejeitada por todos, até mesmo pelos professores por ser pobre e aos olhos de muitos "feia", sentia vontade de desaparecer,
e sonhava em me tornar uma pessoa bela.
Várias vezes acordava sem ânimo de ir para escola, mas eu era obrigada, pois eram deveres.
Estava sozinha e perdida, apenas queria um ombro amigo, alguém que quisesse ser meu amigo de verdade.
Tentei explicar inúmeras vezes o quanto eu me sentia triste e sozinha, onde eu não estava feliz, foi em vão e perda de tempo. Infelizmente entrei em depressão. Foram dias terríveis, misturados com crises de ansiedade. Consegui superar com muita persistência e esperança. Hoje me sinto feliz, porém bela.
Bullying é algo muito sério, por isso pense bem no que fazer ou falar para uma pessoa, porque para você poderá apenas serem palavras vagas, mas para outras poderão ser muito mais que isso, fazendo-a sofrer silenciosamente.
Devemos saber escutar o próximo, tentar entender e ter a boa empatia, pois cada um reage de um jeito a certas situações da vida,
então não suponha que seja algo bobo ou a pessoa seja fraca.
Não julgue o problema do próximo e sim o escute com atenção e procure compreender. Um dia também não estaremos bem e vamos precisar de uma mão amiga e não pedras atiradas sobre nós.