ESCREVER É SE ABRIR E DEIXAR QUE TE VEJAM

Escrevo uma frase e apago. Escrevo outra e apago. Sempre acho que o que escrevo é uma bosta. Desculpe o palavrão. Tenho muitas dificuldades em escrever um texto. Mas sinto muita falta de me expressar, de colocar para fora tudo o que se passa em minha mente.

Um grande problema para mim sempre foi a idealização. Sempre idealizo que escritores sentam e escrevem suas obras de uma só vez. Eles decidem escrever um texto sobre o ato de procrastinar e pronto, eles sentam e escrevem. E em meia hora, uma no máximo, o texto está pronto para ser publicado e admirado por seus leitores.

Este tipo de pensamento é pior do que ser torturado por um maluco enfiando pregos embaixo das minhas unhas. Não que eu saiba o que é isso mas imagino que seja dolorido. Isso cria um obstáculo imenso na hora de escrever.

Quando escrevo não quero que falem mal do meu texto. É como falar mal de mim. Na verdade, sinto que estão falando mal de mim. Na verdade, não falam mal porque não leem. Não mostro meus textos e quando mostro é assim, com outro nome.

Você pode achar um exagero eu me comportar dessa forma. Você deve me achar um fraco. Mas busco forças não sei de onde para me fortalecer. Há pouco mais de um ano comecei a fazer terapia. Os primeiros seis meses uma vez por semana. Depois e até o dia de hoje duas vezes por semana. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida.

Escrever é se abrir para o mundo e fazer o mundo olhar para ti. Não vejo como não se mostrar em um texto. E escrever é como fazer terapia. E eu não gosto do que falo na terapia. Lá eu mostro o meu pior lado. Não quero que as pessoas me vejam assim aqui.