Tempos Inglórios
Vivemos em tempos inglórios, onde o progresso atingido pela humanidade, nos leva ao retrocesso e a degradação da própria existência. O mundo clama por paz e melhor condições de vida, no Brasil além dessas demandas que seguem as regras da globalização, nos vemos envolvidos por uma lama de corrupção e degradação dos valores que brota sem fim das entranhas dos nossos poderes, nos levando a beira de uma convulsão social e faz com que parte dos cidadãos clamarem pela volta do regime militar.
Infelizmente vivemos tempos difíceis, e ao contrário da evolução tecnológica que vive em constante ascensão, onde andamos soltos no espaço, exploramos os confins da terra, temos tecnologia para substituir órgãos humanos, uma infinidade de recursos e de tecnologias advindas de conhecimentos acumulados que em nenhuma outra época, teve o privilégio em tão pouco tempo e com tanta facilidade atingindo todos os meios, entretanto diretamente proporcional a tanto florescimento técnico, o homem não sabe como equilibrar a balança entre o conhecimento e o seu uso em benefício próprio. A hostilidade, o descaso, a ganância, a negligência, a ignorância e a intolerância contaminam todo o mundo, no mesmo ritmo que as trevas devastam nosso território, o sangue escorre pelas ruas e o medo assombra todos em várias escalas.
Vemos isso claramente nos inúmeros atos de intolerância latu sensu e na arrogância dos lideres mundiais que trituram os valores humanos e biossocial priorizando o capitalismo ou as suas posições politicamente equivocadas, nos tornando uma raça egoísta e na rota da extinção (vide acordos humanitários, de desarmamentos e da preservação do meio ambiente serem constantemente desrespeitados sem a menor cerimônia). O resultado deste conjunto de ações ou omissões só pode tem um final: a fome, a desigualdade social, as guerras civis e religiosas em escala global.
No Brasil, como em todo o mundo, o clamor vem de todos os lados, lares e refúgios e daí surge a explicação para pedir o retorno de um regime (militar) que teve suas marcas e talvez vantagens (certa ordem e respeito, mesmo que por imposição), mas que deixou ensinamentos amargos e que quiçá não almejemos provar novamente. Mas os cidadãos se sentem confusos, perdidos e não sabem onde encontrar abrigo aos seus temores, o que pode justificar esse pedido.
Nesse tempos ingloriosos, nós que constituímos a humanidade e ainda temos a sensibilidade de nos indignar com essa onda de escuridão e insegurança que insiste em nos abraçar, transformando e destruindo muitos pelo inconformismo e falta de ter à quem recorrer. Não podemos perder a esperança e a fé (seja cristã ou não!) enquanto toda essa contradição e crescente destruição nos conduz a um futuro sombrio, devemos concentrar nossas forças e sonhar... buscar com gestos (grandes ou pequenos) ou mesmo sonhos utópicos por dias melhores, devemos como “no conto do colibri” fazer a nossa parte e ainda que sejamos apenas sonhadores, temos que fazer uma corrente contra os dias difíceis, devemos sonhar, ter fé, ter esperança e acreditar para quem sabe um dia consigamos deixar um legado ou construir uma nova humanidade para as gerações futuras.