BALANÇA CONJUGAL

Certa vez ouvi alguém dizer:

“-A melhor forma de se evitar uma separação matrimonial é não se casar.”.

Porém muitas vezes ouvimos inúmeras conversas, falas e até mesmo conselhos direcionados á nós, e, no entanto, nós, nesses momentos nos sentimos: surdos, mudos e cegos á tudo, pois já estamos completamente entorpecidos pelas ondas das ilusões de que uma vida a sós não tem nenhum valor, não têm sentidos e o que precisamos é encontrar alguém para compartilharmos tudo que temos de ‘melhor’.

Enamoramo-nos, apaixonamo-nos e passamos a viver uma vida triunfante, achando que, uma vez encontrada a pessoa que esta ao nosso lado, nada mais nos faltará para vivermos felizes e em paz.

Acreditamos que tudo a partir desse momento será um mar de rosas, um mundo cheio de alegrias, realizações e nada mais.

Esquecemo-nos de que a pessoa que está á nossa direita, vem de um lado oposto ao nosso mundo.

Com seus valores, crenças, desejos e maneiras de ver as coisas e viver e a vida, de uma forma totalmente diferente da nossa.

Nesta balança, cada lado tem se um peso distinto, um do outro.

A maneira como foram criados e educados, o estilo de vida de cada um, as tradições e tantas outras inúmeras coisas que fazem a diferença entre um e outro lado.

Não basta apenas gostar, ser companheiros, admiradores e afetuosos um para com o outro.

Não basta só dizer:

-Eu te amo, e se quiser lhe darei minha prova de amor com sexo ou palavras bonitas.

Isso o vento levará tão facilmente!

É preciso antes de tudo, que haja um tempo necessário para que possamos analisar com sabedoria e sem extrapolar nossos limites.

Com educação, respeito, dedicação e muita seriedade, se esta pessoa a qual está ao nosso lado, é realmente a pessoa certa para nos acompanhar além túmulo.

Uma vez chegando a um denominador, comum os dois, estes devem estar sempre á procura de um ritmo de vida que os satisfaçam.

A balança da vida deve estar sempre em total equilíbrio.

Nunca puxando para esse ou aquele lado, pois agora já não deverão existir lados opostos.

O que está em jogo é o centro das atenções.

Já não seremos mais dois, mas, sim um só corpo fundido pela admiração,

respeitos mútuos e envolvidos pelo amor que em nada há de se cobrar um do outro.

Não devemos culpar a pessoa que está ao nosso lado pelos nossos deslizes.

Somos seres humanos dotados de inúmeras falhas, erros e poucos acertos.

Se realmente amamos, não responsabilizaremos a pessoa amada simplesmente pelo fato de a amarmos.

Isto seria egoísmo, nunca amor.

Devemos sempre manter um bom diálogo mais aberto, claro e o mais transparente possível.

Mostrar á pessoa amada que estamos sempre dispostos para solucionarmos juntos os mais complexos problemas de nossas vidas, sem nunca deixarmos que a balança pese mais para um ou outro lado.

Se, ás vezes sentimos meio perdidos pelo mundo em uma vida solitária, não podemos nos esquecer de que, a solidão a dois é muitíssimas vezes pior.

E o mais desagradável de tudo é que por não nos limitarmos e não encontrarmos uma solução imediata e favorável para o problema, a situação tende a ficar cada vez mais desagradável ao ponto de não se conhecerem mais.

Mesmo vivendo debaixo de um mesmo teto, comendo na mesma mesa e dormindo em uma mesma cama, a tendência é nunca aquecerem e sempre esfriarem cada vez mais com novos conflitos sem soluções.

Mais uma vez, volto a lembrar que a balança conjugal deve estar muito bem nivelada e em harmonia com as partes, sem nunca pesar mais, nem para um lado, nem para outro,

pois só assim é que se encontrará a paz necessária para se viver bem a dois.

E para os solitários, deixo aqui o início deste texto para que possam refletir bem, quando pensarem em encontrar suas almas gêmeas:

“-A melhor forma de se evitar uma separação matrimonial, é não se casar”.

Nova Serrana (MG), 23 de julho de 2009.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 05/06/2017
Código do texto: T6019187
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